Satisfação
Este é o sentimento que tive ao retornar ao Fórum, pois nem isso tinha mais vontade, e encontrar tantas ressonâncias nas falas dos colegas.
A mensagem é clara: “falhamos”, nem nossos anos de estudo e dedicação deram conta de um “simples” projeto de arte na escola. Ao menos aos olhos e ouvidos de nossos avaliadores que sabendo de nosso trabalho nos alertam “vocês não souberam orientá-los”.
A questão é: Seriamos nós tão desconectados com as perspectivas atuais da arte na educação a ponto de em rede nacional legitimarmos esse fracasso?
Eu penso que não, mas como não sou doutor não posso me dar ao luxo de questioná-los, eles que “são soberanos”.
O que me interessa agora é buscar no lattes, nas livrarias e onde for possível o que essas pessoas iluminadas escrevem, pensam, descrevem sobre essa “arte” na educação para que eu possa retornar a meus colegas professores e poder falar de educação continuada, pois nesse momento me sinto um incapaz.
Estou saindo de Porto Alegre onde estive no encontro com Fernando Hernández e fico a me perguntar em que acreditar se nas coisas extraordinárias que ele disse, e que me sentia tão bem por compartilhar, ou na “fala dos soberanos”.
Oh dúvida cruel.
Alguns colegas podem pensar que não tenho do que reclamar: meu Pólo foi premiado! E alguém achou que seria diferente (eu pensei!), não desmereço o trabalho da professora, pois seguindo as regras fiz a minha parte e o projeto chegou a final, mas a receita parece um pouco óbvia para uma perspectiva contemporânea das reflexões sobre arte, Amazônia, Manaus, escola pública, crianças: Bingo! (Observação importante: eu ainda não conheço pessoalmente a professora, estou feliz por ela e sua escola mas triste pelo processo...).
Não sei, não sei, são tantas dúvidas e tantas certezas, mas uma coisa é certa, nosso pólo continuará investindo naquilo que acreditamos, e talvez quando formos doutores possamos ser assim tão soberanos e quem sabe sermos um pouco mais benevolentes e não dizer a dezenas de coordenadores em todos os cantos e meios do país que seu trabalho (e muito trabalho) não é digno de entrar em sua morada, minha esperança é que se eu disser uma palavra serei salvo.
Que assim seja!
Luz e cor no coração de todos e todas.
Valdemir