Sumaya Mattar, professora doutora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Muitas vezes, na correria do dia a dia, o professor executa as tarefas mecanicamente e não se dá conta da qualidade do trabalho que realiza – as experiências se perdem e ele deixa de aprender com aquilo que produz como conhecimento em sala de aula. Uma das maneiras de se manter atento é desenvolvendo técnicas de registro, que tanto permitem ao docente tomar consciência de seu processo de trabalho como o mantem em uma atitude criativa e inventiva em relação à própria aula.
Segundo Sumaya Mattar, professora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, as técnicas de registro podem passar por um trabalho mais crítico e reflexivo, que envolva um texto escrito após a aula, por exemplo, ou por um exercício mais poético, por meio de desenhos, pinturas, poemas. “Ao refletir sobre a própria aula o professor consegue levantar hipóteses para aprimorar o processo educativo que está desenvolvendo com seus alunos, e com isso, lidando inclusive com as dificuldades que vai encontrando, ele vai renovando a sua prática. Quando a reflexão não está presente, o professor não consegue perceber aquilo que precisa ser reformulado, vai repetindo inclusive os erros. O registro permite que o docente desenvolva a autonomia, o espírito criativo, inventivo, a capacidade de reflexão e de crítica, e uma atitude investigativa em relação à própria aula. Ele vai se tornando um intelectual, capaz de pensar sobre o processo de ensino e aprendizagem da arte e um pesquisador da sua própria aula”, finaliza Sumaya.
Veja neste vídeo dois exemplos de registro.
Para ir além:
MATTAR, Sumaya. Sobre arte e educação: entre a oficina artesanal e a sala de aula. Campinas: Papirus, 2010.
SCHÖN, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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