Boletim Arte na Escola

Sylvia Bojunga

Promover a imersão das crianças em diferentes linguagens e formas de expressão além da verbal – plástica, musical, gestual e dramática –, ampliar seu repertório de experiências com manifestações artísticas e culturais, respeitando os princípios estéticos da sensibilidade, criatividade e ludicidade, incentivar o encantamento e o questionamento são alguns dos objetivos preconizados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. A realidade mostra, porém, que ainda faltam profissionais preparados para dar conta de missão tão desafiadora em grande parte das escolas brasileiras. De quem é a responsabilidade pelo ensino da arte na educação infantil e nas séries iniciais do ensino básico, do professor polivalente ou do especialista em arte?

Nesta edição, ouvimos educadoras engajadas nas reflexões e debates sobre a formação, o perfil profissional e as práticas daqueles que, efetivamente, atuam como mediadores das aprendizagens e do desenvolvimento das crianças no campo da arte nas redes escolares do país. Confira, aqui, seus diversos pontos de vista.

 

Mirian Celeste Martins

Doutora em Educação pela USP, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), coordenadora do Grupo de Pesquisa Arte na Pedagogia (GPAP).

Arte só na aula de arte? Se for só com o especialista, a arte estaria restrita a 30/45 minutos uma ou duas vezes na semana na Educação Infantil e nos anos iniciais? Acreditando na importância das linguagens artísticas e na dimensão estética, a arte precisa estar, de fato, na escola, com especialistas ou não, como um modo propulsor da invenção, da percepção sensível, da imaginação projetante entre aprendizes e mestres. Por isso lutamos pela Arte nos cursos de Pedagogia. Não se trata de afirmar que os pedagogos têm que lecionar arte, ou substituir o professor de arte, mas sim que eles precisam conhecer arte para lecionar também outras áreas do conhecimento. O professor necessita conhecer o potencial da arte para que possa utilizá-la como contribuição interdisciplinar, conectada em projetos. O Grupo de Pesquisa Arte na Pedagogia (GPAP), que envolve professores de muitas universidades brasileiras, concluiu em sua pesquisa que há universidades que sequer oferecem a disciplina, embora ela esteja regulada pelas diretrizes. E, quando existe, quem leciona? Com a pesquisa levantamos uma série de problemas e a necessidade de discutir a real presença da arte no currículo dos cursos de Pedagogia, não para "enfeitar" ou produzir os registros ou painéis, mas como pensamento que é construído por outros meios, compreendendo-a como linguagem, impulsionando processos de criação, onde a percepção e a imaginação são iscas estéticas para as produções. Na Pedagogia, e até nos cursos específicos, vemos que ainda há muita dificuldade para compreender a potência da arte na escola. Especialistas e pedagogos, uns e outros, juntos, podem abrir horizontes educacionais e culturais e alimentar experiências estéticas na formação humana de todos os envolvidos na Educação Infantil e para os anos iniciais do Ensino Fundamental, para além da aula de arte e dos muros das escolas.

 

Rosa Iavelberg

Pós-graduada em Arte-educação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, professora do Departamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da USP, é uma das autoras dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – na área de Artes.

O pedagogo pode ministrar aulas de todas as áreas do conhecimento em creches, pré-escolas e no Ensino Fundamental 1, e tanto os PCNs como as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNEB) e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Além disso, os pedagogos podem optar pela direção ou gestão escolar e, se tiverem fundamentação em arte, poderão colaborar apoiando e incentivando a formação continuada dos professores nas escolas. As disciplinas de Arte oferecidas nos cursos de Pedagogia precisam formar o futuro profissional para saber dar aulas de arte, conhecer arte e os processos de ensino e aprendizagem. É importante também que cada pedagogo em formação inicial possa ter experiências de criação artística para saber orientar os processos criativos dos alunos. Isto requer para a Arte uma carga didática substantiva nos cursos de Pedagogia.

 

Adelir Aparecida Quintino Zimmermann

Pedagoga especializada em metodologia do ensino e em arte na educação infantil e anos iniciais, é professora na Unidade de Educação Infantil Hilário Buzzarello, em Indaial (SC), e participa do Grupo de Estudos do Polo FURB da Rede Arte na Escola, em Blumenau/SC.

A questão trouxe à lembrança o poema de Cecília Meirelles “Ou isto ou aquilo”, parecendo-me um tanto radical a escolha entre o especialista e o pedagogo. Certa da igual importância de ambos e entendendo a arte na Educação Infantil como uma conexão entre a criança e tudo o quanto o mundo nos apresenta de cor, formas, sons e sensações, falar de arte significa falar de linguagens, criação, expressão e imaginação: elementos essenciais para a formação do professor de crianças. Presente no currículo da Educação Infantil, assim como a linguagem oral e escrita, a matemática, a arte, no meu entendimento, não pode ser tratada isoladamente, dentro de uma proposta gradeada, modelo no qual a experiência nos mostra as suas falhas. Acima de tudo e independentemente da formação inicial, o professor precisa ser pesquisador, um professor que faz perguntas, curioso, que registra e documenta a sua prática. É assim que nos constituímos professores por inteiro. Professores de crianças num espaço em que a vida pulsa, se movimenta. O diferencial se constituiria numa política de formação continuada dos professores onde haja diálogo, reflexões e partilha das práticas. Neste momento, sim: a presença do especialista seria fundamental e não mais precisaríamos fazer escolhas, mas usar as possibilidades de forma mais assertiva.

 

Betania Libanio Dantas de Araujo

Graduada em Artes Plásticas, mestre em Artes Visuais e doutora em Educação, atua na área de Arte-educação/ilustração. Atualmente é professora do Departamento de Educação da Universidade Federal de São Paulo.

Na Educação Infantil e nas séries iniciais, a arte deve ser ministrada pelo professor de arte e pelo pedagogo (professor polivalente), ambos devem atuar conjuntamente. Na educação infantil a ação é articulada a todo momento, pois o pedagogo/professor polivalente acompanha o desenvolvimento do conceito no dia a dia das crianças. Essa prática deveria permanecer no Ensino Fundamental, mas é impossibilitada pela forma escolar e pela ditadura do livro didático que fazem sucumbir a criação pelo professor. Na Educação Infantil, o pedagogo observa a nuvem como fenômeno físico, químico, como possibilidade artística, literária, brincante, e a ausência de sirenes amplia o tempo da vivência, da pesquisa. Assim, a Educação Infantil teria o pedagogo, que propõe a arte diariamente, e o especialista, que atua como atelierista, aprofundando as expressividades artísticas. Nas séries iniciais, pedagogo e especialista trazem a arte em contextos diferentes. O pedagogo em ação transdisciplinar, desenvolvendo temas geradores conceituais, e o especialista atuando com o recorte das artes. Já no ensino superior deve ser o especialista a ministrar metodologia do ensino da arte, porém é preciso que suas vivências e formação possibilitem o encontro da arte e da educação, com percepção do currículo específico dos grupos e suas faixas etárias da educação básica.

 

Anna Rita Ferreira de Araújo

Doutora em Artes pela USP, professora das disciplinas "Arte e Educação II" e "Leitura e produção de imagens artísticas nas séries iniciais" no curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da UFG, é membro do GPAP.

O especialista em arte deve ser responsável pelo ensino da arte por estar, em princípio, melhor preparado. A trajetória da formação de professores de Arte no Brasil nos mostrou a ineficiência das licenciaturas polivalentes. Considerado um avanço, na minha visão, a nova LDB nº 9.394/96 alterou o termo “educação artística” para “ensino de arte”, o que conceitualmente reflete a rejeição pela formação polivalente e sinaliza para a formação nas linguagens artísticas específicas – Artes Visuais, Música, Dança e Artes Cênicas –, sendo essa uma luta histórica dos professores de Arte brasileiros. Esse aspecto vem favorecendo a criação das licenciaturas específicas, bem como programas de pós-graduação e linhas de pesquisa em ensino e aprendizagem da arte, e promovendo o fortalecimento das licenciaturas e de seus docentes nas associações nacionais de pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP), Música (ANPPOM), Dança (ANDA) e Artes Cênicas (ABRACE). Esses fatores vêm corroborando para a melhoria das práticas pedagógicas, o que faz do especialista um docente preparado para os desafios da atualidade. Consequentemente, deveria ter sua atuação assegurada na Educação Infantil e nas séries iniciais. Contudo, esbarramos aqui em uma situação crítica: no território brasileiro há significativa carência de oferta de cursos de formação de professores de Artes, principalmente no centro-norte-nordeste. Ainda são poucos os docentes habilitados atuando nas escolas de Educação Fundamental, e a carreira não se configura atraente para a maioria dos jovens brasileiros. Ter a garantia do professor habilitado em uma linguagem artística em todas as escolas é uma perspectiva possível, mas ainda distante. Contudo, entendo e defendo que a formação do pedagogo no tocante à arte, independentemente da sua atuação, é absolutamente necessária, especialmente para a ação pedagógica na educação infantil com os conteúdos e práticas da arte. Nessa fase inicial da criança, é preferível que os conhecimentos sejam trabalhados de maneira integrada. Aqui, o pedagogo é de fato o especialista, com toda a sua base formativa voltada aos estudos da infância. Nessa perspectiva, o pedagogo e o especialista em arte deveriam realizar um trabalho pedagógico em parceria nos anos iniciais. Seria esse um caminho mais seguro para um ensino de arte de qualidade. Mais que disputas, é chegada a hora de unirmos forças em prol da educação brasileira.

 

Cíntia Beatriz Machado Pereira

Estudante de Artes Visuais, é professora de artes da rede municipal de ensino de Itapoá/SC e integra o Grupo de Estudos do Polo Univille da Rede Arte na Escola, em Joinville/SC.

Principalmente na educação infantil o professor regente tem uma ligação muito forte com a disciplina de arte. Nesta fase a criança se expressa através dos seus desenhos, e a maioria das atividades está ligada com o fazer artístico. Acredito que, para cada disciplina, devemos considerar a importância de um profissional apto para acompanhar as crianças na prática de suas atividades. Os professores regentes têm alguma ideia do ensino da arte, mas não estão preparados para assumir esta responsabilidade que requer conhecimento na área. Acredito que grande parte dos professores encontra dificuldade ou insegurança em trabalhar as áreas que não são de sua formação. É preciso estar bem preparado para dar boas aulas, e construir um planejamento com conteúdos significativos e com abordagens integradas em todas as áreas da Arte, porque muitos planejamentos são feitos de forma fragmentada. O professor precisa estar bem seguro e ter clareza sobre o que e como ensinar. Quando sai das universidades, a formação é insuficiente para saber como trabalhar com tanta diversidade. Ao planejar as aulas de Arte, deve pensar se o que está sendo proposto é relevante para o aluno, para sua vida e para o futuro, e ter sempre o cuidado de não utilizar métodos ultrapassados. Há professores dando aula de Arte que nunca leram um livro de arte-educação. As mudanças ocorridas a todo instante nas escolas apresentam novos desafios aos professores, exigindo cada vez mais novas habilidades e recursos. Por isso, é necessário o conhecimento adquirido na formação acadêmica e, ainda assim, buscar através de leituras, pesquisas, participação em eventos artísticos, cursos de formação continuada, uma atualização profissional e a mudança da prática docente, pois os alunos têm o direito de ter conhecimento básico das áreas artísticas de Teatro, Dança, Música e Artes Visuais.
Obs.: Em algumas cidades brasileiras cabe ao professor regente lecionar arte. Em Itapoá/SC isso não acontece: há quatro aulas de artes semanais na Educação Infantil e duas nas séries iniciais, sendo que no primeiro ano são três aulas semanais. No ensino fundamental também há duas aulas de artes por semana e quem leciona a disciplina é o professor habilitado ou que esteja cursando Artes Visuais.

 

Nadja Lamas

Doutora em Artes Visuais pela UFRGS e pela Université Paris 1- Panthéon Sorbonne, é professora titular da Universidade da Região de Joinville, pesquisadora na área de Artes e coordenadora do Polo Arte na Escola na Univille, em Santa Catarina.

A minha experiência nos grupos de estudos tem mostrado que a presença da disciplina de Arte na matriz de Pedagogia não é suficiente para o ensino da disciplina. Ela apenas sensibiliza e, quase sempre, enfatiza/ensina técnicas artísticas para sala de aula, mas não possibilita a compreensão da arte com tal. Em minha opinião, são técnicas de trabalhos manuais que recebem o nome de arte. As melhores experiências são ainda com os docentes que têm formação específica para o ensino da arte. Poucas são as exceções em que o pedagogo faz realmente um bom trabalho de arte.

Comentários Deixe o seu comentário

  • Claudinéia Da Silva Barbosa, 18:22 - 05/05/2015
    Sou Atriz/Sated Bahia e Professora de Educação Infantil. Vocês já podem imaginar do quê que eu sentia falta no curso de Graduação em Pedagogia? As especificidades da Arte, e as especificidades da Educação Infantil são tão amplas que o Currículo de Pedagogia não dá conta, realmente. Tive a oportunidade de atender crianças e também a oportunidade de fazer orientações na rede, através da Secretaria Municipal de Educação em Itaberaba. E foi um desafio gostoso porque, todas as questões levantadas durante as pesquisas na Graduação, depois nas Pós-Graduações de Educação Infantil e Metodologia do Ensino das Artes. Foram transformadas em temas para os encontros de formação continuada para professores e coordenadores da Educação Infantil. Instigando as profissionais tanto para a discussão sobre a prática pedagógica para a educação na infância, com consciência da necessidade de mediação das práticas efetivamente satisfatória; quanto à formação adequada relativa ao ensino das artes. Há uma extrema necessidade se rever a importância da Arte nos currículos e nas concepções desde a Educação Infantil até a Graduação. O que poderíamos fazer em relação a isso? Essas experiências estão publicadas no livro Olhar sensível sobre o desenvolvimento na infância. Entre outros artigos trago a reflexão sobre Educação dos sentidos e estéticas artísticas: Produção cultural da/para infância. http://interagiraquieagora.blogspot.com.br/2015/04/momentos-gostosos-no-lancamento-do.html
  • rosangela, 02:18 - 06/05/2015
    Sou professora de artes, na minha opinião deve ser dado pelo professor habilitado em artes, que tem mais conhecimento porque o professor da séries iniciais se preocupa muito com matemática e português, parece que o resto não é necessário para o aluno.
  • Angélica Dadario, 12:32 - 06/05/2015
    Obrigada Cíntia e Nadja por serem objetivas. Vivemos de utopias na educação. A realidade é outra, os professores não saem preparados das universidades. Os que estão, se entregaram ao desânimo de uma política gestora individualista. E por fim, a educação pública é um problema que só afeta os professores, aparentemente. Não vejo mais ninguém abraçando a ideia que os professores levantam em greve ou nas "reuniões pseudo-pedagógicas". Nós, professores, precisamos sair um pouco da casinha, mas os gestores precisam entender que sem a participação deles, a batalha está perdida.
  • Maria Aparecida Aranha Rogel, 14:22 - 06/05/2015
    Concordo plenamente com Mirian. Precisamos educar o olhar desde cedo e a Arte tem este poder. Quanto mais o tempo passa, mais a profissão me leva a caminhos desconhecidos e instigantes. Amo Arte e desejo compartilhar em nossa escola este sentimento. Agora chegou a vez da Arte ser valorizada e assim, proporcionar desde cedo a educação do olhar, da sensibilidade, da leveza...
  • Marisa Leite da Fonseca Mendes Vaz, 14:23 - 06/05/2015
    Acredito que tanto o educador pedagogo tanto quanto o especialista precisam de uma formação aprofundada sobre Arte pois os cursos de gradução em Arte e formação inicial de pedagogos são tratados de forma muito rasa pelas universidades em geral. mesmo o professor especialista tem apresentado um trabalho não muito interessante para as crianças. ainda é muito presente trabalhos espontâneos, pautados em técnicas e até em reproduções. É preciso investir numa formação contínua e em projetos de pesquisas para os educadores. mas o trabalho pelo especialista em arte ainda é o que pode assegurar que as cianças tenham possibilidade de construir conhecimento ligado as linguagens artísticas. Mas a formação em arte tem que ser direito de todos os educadores, acredito ser o ponto G da relação/integração/interligação para a apropriação de todos os outros conhecimentos.
  • sonia rodrigues, 21:40 - 06/05/2015
    Por 23 anos fui professora na educação infantil , hoje, enquanto gestora, continuo acreditando e orientando os professores, quanto a necessidade do ensino da arte desde a mais tenra idade. Penso que não é possível ter um tempo pré-determinado, de uma aula ou duas, para trabalhar a arte com a criança de educação infantil, porque a criança é todo movimento, garatuja com todo o corpo e coloca este movimento em tudo o que faz. Por isso, especialista ou pedagogo é imprescindível que conheça profundamente o desenvolvimento infantil antes de qualquer coisa. Acredito, então, que o ensino da arte na pedagogia, seria a saída mesmo.
  • José Henrique de Freitas Azevedp, 23:31 - 06/05/2015
    O curículo de 1º ao 5º ano é, e precisa ser, por atividade. O professor leciona todas as áreas do conhecimento de forma integrada, coerente com as etapas de desenvolvimento da criança. Nesse sentido, a arte não se constitui em exceção. A questão é da formação desse profissional. O ensino da Arte está longe de se constituir em atenção dos cursos de formação de professores, no nível médio, muito menos no superior. Acredito que uma política de formação continuada de professores das séries iniciais em Arte pode ter bons resultados. Há boas experiências em diferentes sistemas de ensino.
  • Lucila Guedes De Oliveira, 22:20 - 10/05/2015
    A infância tem um movimento próprio de criação. Nesse sentido, a linguagem como constituição de qualquer sujeito, precisa de provocações e mediação para pensar Arte. Desse modo na escola a arte mediada por um especialista não garante o efetiva experiência da criança. A questão é que os docentes precisam pensar epistemologicamente sobre Arte, cuja educação estética do docente deverá torná-lo transversal para transitar no campo de diferentes áreas do conhecimento. Assim pode compor o repertório de formação do docente especialista em arte ou outra como possibilidade de um mediador estético.
  • Lisandra Duarte, 18:25 - 20/05/2015
    No meu caso não seria uma pedagoga completa senão fizesse Licenciatura em Arte Visual e não seria uma arte-educadora completa senão fizesse Pedagogia, uma vez que um complementa as lacunas do outro: os conhecimentos específicos da arte, a sua história, uso de seus materiais, as técnicas de produção, enfim tanto no processo de construção do objeto artístico como da consciência da construção desse objeto, é a compreensão da arte em toda a sua extensão e os conhecimentos pedagógicos da educação, os pensadores, o entendimento do era educação em cada momento histórico e sua importância para o aprimoramento do processo educacional vigente, o que podemos utilizar em uma turma, o que não podemos utilizar em outra, enfim o que cada corrente, o que cada teórico, o que cada metodologia pode contribuir para a melhoria do meu trabalho profissional de acordo com cada realidade educacional no qual estou inserida, portanto são complementos. Particularmente acredito que na instituição que estudo Licenciatura em Arte Visual existe uma demanda muito grande de alunos que são artistas e não professores, o que talvez também aconteça em outras instituições, não sei, o que causa um dano muito grande para a formação do arte-educador, para a formação do artista, mas principalmente daquele que vai ser alvo desses profissionais (formados em meio a esse cenário), a criança, o adolescente, o ser humano, aquele que futuramente poderia ser um profissional da área artística ou mesmo o público desse artista formado pela academia. E nesse caso sou extremamente a favor da separação da Licenciatura em Arte Visual do Bacharelado em Arte Visual e espero que um dia isso realmente aconteça.
  • Monica Mesquita, 05:47 - 14/06/2015
    Car@s, Que fique bem claro que pedagogo NÃO é professor de Arte. Com relação ao ensino penso que quem tem que ensinar Arte é o profissional com formação na área de Arte. E isso quer dizer aquele que tem uma licenciatura especifica em Dança, Teatro, Música e Artes Visuais. E dada a importância da Arte na educação infantil penso que quem deveria ensinar nessa faixa etária também deveria ser o especialista. Nenhum pedagogo ou curso de pedagogia daria conta do recado. São papeis diferentes na educação. O que não quer dizer que um pedagogo como professor polivalente não deva ter um conhecimento mínimo em arte. Mas isso não o legitima a ensinar ou achar que é um especialista nessa área. Arte é uma área de conhecimento autônoma. E quem faz uma licenciatura tem as disciplinas pedagógicas no seu currículo. Por isso nenhum Arte-educador /Professor de Artes precisa fazer curso de Pedagogia e vice versa... São profissionais distintos.
  • Regina da Rocha , 14:46 - 14/06/2015
    Concordo plenamente com Nadja Lamas. A arte tem conteúdos que somente o especialista tem a compreensão e saberá ministrá-las aos alunos.
  • zilda de Moura silva, 22:09 - 28/03/2016
    Concordo plenamente com a amiga Nadja, sou pedagoga sempre trabalhei com arte, mas hoje estou terminando uma graduação em arte nas quatro modalidades porque não me achava apta para isso, hoje sim, sou pós-graduada em artes, e tenho conhecimento específico nas quatro modalidades, quatro anos de estudos, música, dança, artes cênicas e artes visuais.
  • Crislaine Santana, 15:44 - 19/04/2016
    EU sou muito nova ainda, tenho apenas 15 anos. Meu sonho é ser Professora de Artes, ser Doutora de Arte (pretendo me especializar), tô estudando muito pro ENEM. Sinto falta da arte na escola, realmente quase não temos aulas de artes, é uma pena. Amo a dança, música, teatro, pintura, desenho, etc... mas eu queria mesmo é que as pessoas também enxergassem a arte, porque elas estão cegas artisticamente, por isso quero lecionar.
  • Marcos Antonio Pinheiro, 23:21 - 19/08/2016
    Analisando cada fala, percebo que tem que haver a junção das duas coisas pedagogia e artes, assim como as demais disciplinas o professor tem que estar apto e preparado para administrar essas situações em sua vida profissional.
  • Mirian de sales Batista, 20:08 - 24/11/2016
    A Mestra com carinho!!! As artes na educação é sempre um maravilhoso aliado. Parabéns as professoras, doutoras e mestras! Mas quero deixar aqui um especial, parabéns e agradecimento a uma mestra que foi e continua sendo para mim uma eterna professora, maravilhosa !!! BETÂNIA LIBANIO !!! ESSA PROFESSORA ME MARCOU NO CURSO DE PEDAGOGIA na (FIP) SOU IMENSAMENTE GRATA POR CONHECE-LA E APRENDER MUITO COM ELA. PESQUISEI E A ENCONTREI AQUI. PARABÉNS A UNIVERSIDADE POR TER UMA DAS MELHORES PROFESSORAS NO SEU CORPO DOSCENTE. BEIJO GRANDE DE SUA ETERNA ALUNA. Um dia tb serei Mestra. Mirian de Sales Batista.
  • Nadir Vidal, 03:52 - 18/09/2017
    Sou professor formador na área de Arte. Acredito que o ensino de Arte deve ser ministrado por professor especialista e nada impede que o pedagogo trabalhe com projetos artísticos. Fico indignado quando alguns especialistas não defendem a importância de um professor com formação especifica em ARTE para trabalhar a disciplina dando a entender que tanto faz, qualquer um pode trabalhar arte. Temos Municípios com especialistas fora da sala de aula enquanto pedagogos trabalha com Arte, " artesanato" de maneira equivocada e seus gestores se apoiam na disciplina que o pedagogo faz e pode trabalhar com Arte de forma totalmente equivocada. Arte é conhecimento e não deve ser tratada como uma atividade qualquer. Por favor, defendam Arte com professor especialista. Enquanto o pedagogo trabalha com Arte, os especialistas perdem campo de trabalho e maiores prejudicados são os alunos que perdem o direito de uma educação com qualidade e equidade.
  • Patricia P. Baptista, 16:21 - 13/11/2017
    Sou totalmente favorável a aula do especialista sem a presença do pedagogo em sala. Muitos dos professores polivalentes não sabem lecionar todas as disciplinas propostas no Ensino Fundamental devido a natureza do ser humano em tender para segmentos específicos; assim o ensino onde o polivalente Não se identifique tanto com a disciplina "Deixa muito a desejar". Minha opinião é que o especialista apaixonado por específica disciplina deveria ter pedagogia, para conceber as aulas com aprimoramento didático e não ao contrário que deixa tudo na mão do polivalente que em muitas situações não proporcionam a qualidade do conteúdo necessária devido as suas limitações "buracos" que poderiam ser bem preenchidos se todas as disciplinas fossem ministradas por especialistas. Outro detalhe, para quem está no dia a dia, em sala de aula, o polivalente, em muitos casos, atrapalha o foco da aula do especialista fazendo uso de celular, batendo papo com os alunos fora do foco da aula, montando materiais pedagógicos em sala de aula enquanto o especialista tenta promover sua aula para aquele rol de alunos. Eu encaro este tipo de ação como desrespeito.Como fomentar respeito e empatia aos alunos se o próprio docente o promove?
  • Ires, 12:20 - 28/12/2017
    Infelizmente esta lacuna está causando leituras extremas nas políticas públicas no município de Goiânia os professores especialistas em Arte estão sendo retirados das escolas e enviados para o sistema de educação integral ou de 5 a 8 ano , não permitem que os especialistas ficam na ed Infantil ou séries iniciais alegando que a lei não obriga o especialista.Sinceramente o especialista enriquece o trabalho da equipe pedagógica e os excessos de atividades dos Pedagogia não permite um trabalho pessoal com a linguagem da arte. Vejo como uma perda de espaço profissional.E consequentemente perda na aprendizagem da criança

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