Ampliar a voz de professores de Artes da Educação Básica, valorizando projetos que despertam novos olhares e inspiram alunos, cidadãos e comunidades. Essa é a missão do Prêmio Arte na Escola Cidadã, que em 2020 chegou à sua 21ª edição.
Este Prêmio existe por reconhecer que a Arte envolve os alunos com situações de narrativa, de pertencimento, de esclarecimento sobre o mundo. É um campo do conhecimento que trabalha, ao mesmo tempo, com a realidade e com o sonho, traz um universo infinito de possibilidades. A Arte nos abre os olhos, aguça os sentidos, faz plantar ideias e colher soluções. Conhecer nosso patrimônio cultural e artístico fortalece nossa identidade e nos fornece bases para inventar o amanhã que queremos. Por isso, professoras e professores de Artes são potentes e imprescindíveis. Para dar visibilidade a projetos postos em prática por estes professores de Arte, o Prêmio realiza um mapeamento de trabalhos desenvolvidos em escolas das cinco regiões do Brasil.
Em 2020 navegamos por mares revoltos. A pandemia do coronavírus arrebatou de repente muitas certezas, foi preciso reinventar-se rápido. Ao longo do ano, também fomos percebendo como a Arte e os processos criativos foram importantes para resguardar o equilíbrio emocional e crítico de crianças, jovens e adultos.
Frente a este contexto inesperado de incerteza e distanciamento social, o Instituto Arte na Escola não poupou esforços para adequar processos do Prêmio ao formato digital, para atravessar de maneira cuidadosa este momento desafiador causado pela pandemia. Para seguir ampliando a voz de professores transformadores em todo o país, o processo de avaliação do 21° Prêmio aconteceu totalmente a distância. Por fim, 2020 foi o ano em que o Prêmio recebeu o maior número de projetos inscritos em toda a sua história - foram 1488 inscrições completas, nas cinco categorias de premiação. E, pela primeira vez em 20 anos de história, a cerimônia de premiação também foi online, com transmissão ao vivo pelos canais do Instituto Arte na Escola.
As obras do artista visual Siron Franco foram a referência para a iconografia do 21º Prêmio Arte na Escola Cidadã. Sua pintura tem grandes dimensões, com pinceladas e cores vigorosas, que carregam consigo um sentido de urgência. Autor de múltiplas leituras e pensamento caleidoscópio, o homenageado Siron Franco esteve muito próximo do Instituto Arte na Escola e dos processos do 21° Prêmio. Em sua trajetória, Siron é um artista que faz protestos, apelos, participa. Acima de tudo, faz provocações. Artista que não fica encastelado, em silêncio, distanciado. Artista-cidadão, imerso nas tensões da sociedade, manifesta-se sobre as aflições éticas do seu tempo. Seria muito fácil rotular a produção de Siron como arte engajada. Contudo, suas obras não se propõem a ser o reflexo do mundo concreto, mas a invenção de um mundo imaginário, que dialoga com o real. “Enquanto estiver vivo não vou deixar de me indignar e a indignação não traz ódio, traz energia criativa.”
Os cinco projetos premiados em 2020 nos renovam o fôlego com esta mesma energia criativa de que Siron fala, porque professoras e professores como estes premiados não nos deixam esquecer que uma Educação transformadora é possível, e que há muita gente desenvolvendo projetos excepcionais no Brasil.