Este é um tema bastante polêmico, admito.
Para aquecer nosso papo, começo com um trecho sobre minha visão, que publiquei no Arte Na Escola
aqui
Games não são arte. Games são mídia.
"Como nos conta o filósofo Douglas Kellner (2001), as produções midiáticas (cinema, programas de TV, novelas, músicas, livros…) se transformam em mercadorias, cujas “imagens, sons e espetáculos ajudam a urdir o tecido da vida cotidiana, dominando o tempo de lazer, modelando opiniões políticas e comportamentos sociais, e fornecendo o material com que as pessoas forjam sua identidade”. Apesar de não ser esse o enfoque do filósofo, vejo que esta é uma descrição que se enquadra nos games também – pois, assim como outras mídias, pertencem a nossa cultura, (re)produzindo-a. Apenas como exemplo, convido o leitor a pensar no Mario Bros., Pac Man e Space Invaders como parte dessas produções midiáticas, e nos contatos que temos com esses símbolos que já não se limitam a sua aparição no jogo, mas estão nos toques de celular, tatuado na pele, pichado nos muros da cidade, apropriado pela publicidade etc.. O próprio McLuhan (1964) já considerava os jogos como mídia, pois são “situações arbitradas que permitem a participação simultânea de muita gente em determinada estrutura de sua própria vida corporativa ou social”. Assim, podemos identificar os jogos como parte dessa produção midiática que influencia a sociedade contemporânea. Produtos culturais que pertencem ao nosso repertório, nosso cotidiano. Meu ponto apenas é: este pode não ser um efeito necessário da arte, mas seguramente é um efeito das mídias".
Um contraponto:
Tenho um aluno que está estudando exatamente o oposto. Para ele, os jogos são formas de arte.
Ele demonstra isso através da composição musical, detalhamento em desenhos, modelos, fundamentação histórica das narrativas e outros componentes do processo de criação de um jogo digital.
Também encontramos jogos que tem a proposta de convidar o jogador a levantar algum questionamento sobre o cotidiano, a sociedade etc., como é o caso de Free Culture Game da empresa Molleindustria , que procura demonstrar o conflito entre direitos autorais e cultura livre (para todos)
E agora?