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Games são arte?

Amaury Costa Brito

Este ano o Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York inaugurou uma exposição com uma coleção de 14 games e uma nova seção para comportá-los. O assunto dividiu opiniões sobre o valor artístico dos jogos e foi tema da seção Celeiro de Ideias do Boletim Arte na Escola em julho. Nela, a curadora de arte digital e artista multimídia Marilia Pasculli e o mestre em comunicação e consumo da ESPM Mauro Berimbau apresentam suas opiniões sobre o tema. Leia aqui.

Para ampliar essa discussão, o novo fórum quer saber a sua opinião. Pra você, games são arte? Paticipe!

Moderando o debate, o professor Mauro Berimbau.
 

mauro miguel rodrigues berimbau
Este é um tema bastante polêmico, admito.
Para aquecer nosso papo, começo com um trecho sobre minha visão, que publiquei no Arte Na Escola aqui

Games não são arte. Games são mídia.

"Como nos conta o filósofo Douglas Kellner (2001), as produções midiáticas (cinema, programas de TV, novelas, músicas, livros…) se transformam em mercadorias, cujas “imagens, sons e espetáculos ajudam a urdir o tecido da vida cotidiana, dominando o tempo de lazer, modelando opiniões políticas e comportamentos sociais, e fornecendo o material com que as pessoas forjam sua identidade”. Apesar de não ser esse o enfoque do filósofo, vejo que esta é uma descrição que se enquadra nos games também – pois, assim como outras mídias, pertencem a nossa cultura, (re)produzindo-a. Apenas como exemplo, convido o leitor a pensar no Mario Bros., Pac Man e Space Invaders como parte dessas produções midiáticas, e nos contatos que temos com esses símbolos que já não se limitam a sua aparição no jogo, mas estão nos toques de celular, tatuado na pele, pichado nos muros da cidade, apropriado pela publicidade etc.. O próprio McLuhan (1964) já considerava os jogos como mídia, pois são “situações arbitradas que permitem a participação simultânea de muita gente em determinada estrutura de sua própria vida corporativa ou social”. Assim, podemos identificar os jogos como parte dessa produção midiática que influencia a sociedade contemporânea. Produtos culturais que pertencem ao nosso repertório, nosso cotidiano. Meu ponto apenas é: este pode não ser um efeito necessário da arte, mas seguramente é um efeito das mídias".

Um contraponto:

Tenho um aluno que está estudando exatamente o oposto. Para ele, os jogos são formas de arte.

Ele demonstra isso através da composição musical, detalhamento em desenhos, modelos, fundamentação histórica das narrativas e outros componentes do processo de criação de um jogo digital.

Também encontramos jogos que tem a proposta de convidar o jogador a levantar algum questionamento sobre o cotidiano, a sociedade etc., como é o caso de Free Culture Game da empresa Molleindustria , que procura demonstrar o conflito entre direitos autorais e cultura livre (para todos)

E agora?
jose hoguane
Ola pessoal.

Eu penso que games sao arte sim, sob ponto de vista contemporaneo, as artes ganham mais valor quando dispertam interesse e sao interativas com o espectador (participante). Vejamos  que no cinema por exemplo, a chamada sétima arte é contemplada pelo admirador que é levado a "viajar" na acao. Com os games, a diferenca reside no facto de o sujeito interferir no decurso da acao, interage com a arte. Em breves linhas, obrigado.

Luciana Nogueira Souto
Bom dia pessoal!
Acredito que games são arte sim, partindo do ponto da criatividade de quem os criou, todas as etapas de desenho para conseguir toda movimentação, chuva de cores as musicas etc...
Isso tudo nasceu da ideia e do processo criativo de alguém, então no meu ponto vista  game é arte.
Luciana Nogueira Souto/Paracatu-MG
Pedro Henrique dos Reis
Como já colocado pelo Mauro Berimbau, é sensato classificarmos os Games mais como mídias do que uma arte. Os jogos eletrônicos estão na mesma situação de uma revista ou uma televisão, desta maneira, são meios onde a pessoa terá um contato e poderá eventualmente extrair algo que venha ser cultura ou arte para ela. Com os Games isso não é diferente e através da prática lúdica aprendemos diversas coisa. Por exemplo, muitas pessoas tiveram um contato maior com a língua inglesa ao jogarem jogos, deixando o aprendizado mais divertido e eficiente. Para se ter uma noção melhor sobre isso, podemos citar a franquia de jogos "Age of Empires", uma produção da Microsoft que por anos foi um dos grandes jogos de estratégia disponíveis no mercado. Apesar de estar voltado para a diversão, o jogo estava situado em diversos momentos da história, contando com a presença de nomes de época como William Wallace e Joana D'arc, algo responsável por boa parte do entretenimento dos jogadores e que ajudava os mesmos a terem um contato maior com a história do mundo. Neste caso, podemos ter um bom exemplo de como extrair Arte e Cultura de um videogame.
Mas não se pode negar que existem muitos jogos com temática violenta e isso é um dos empecilhos para que os games possam ter uma imagem mais confiável de uma grande parte da sociedade, mas nada que não aconteça também em novelas e em, principalmente, filmes de Hollywood. Neste ponto, considero que uma conscientização por parte das pessoas em relação a esta temática seja muito mais eficiente do que julgar um game como algo que jamais será cultura, lembrando que existem diversas outras mídias que reproduzem a violência.
Minhas considerações finais são baseadas no fato de que é muito subjetivo classificar a Arte em si. Mas os games possuem grande potencial para transmitir artes para seus usuários, pois sua essência está em seu caráter lúdico, o que proporcionará momentos descontraídos e que podem proporcionar uma poderosa maneira de facilitar o aprendizado das pessoas. Acredito que o preconceito com esta mídia deve acabar, pois cada vez mais os jogos fazem parte de nossa sociedade, assim sendo, precisamos olhar o quão benéfico eles podem ser para nós. 
Alan Lopes da Fonseca
Se o conceito de arte é controverso, quiçá aplicá-lo às expressões culturais. O movimento modernista buscava a ruptura com o convencional ou clássico. Se videogame é arte? Harry Potter é literatura? Galinha Pintadinha é música? Se há o interesse real em discutir, tenho uma sugestão: que se jogue e faça-se a análise, ou a crítica, de um título: Last of Us.
Mario Bros? A intencionalidade da obra, o conteúdo, o desenvolvimento e, principalmente, a narrativa, devem ser ignoradas?
Se, realmente, há vontade em se observar o fenômeno do entretenimento digital, que se faça com respeito.
Jogo videogames, ou aliás, aprecio títulos do entretenimento digital,cuja temática supera diversas outras expressões culturais, há 25 anos.  Pac Man é um entre milhares de títulos. Segura o Tchan é uma entre milhões de músicas. Crepúsculo é só um entre centenas de milhares de livros. E Central do Brasil? É só mais um filme?

mauro miguel rodrigues berimbau

 Alan Lopes da Fonseca escreveu:
"Jogo videogames, ou aliás, aprecio títulos do entretenimento digital,cuja temática supera diversas outras expressões culturais, há 25 anos.  Pac Man é um entre milhares de títulos. Segura o Tchan é uma entre milhões de músicas. Crepúsculo é só um entre centenas de milhares de livros. E Central do Brasil? É só mais um filme?"
- Alan, este é meu ponto quando digo que os games não são arte. Não basta pertencer àquele formato midiático para se tornar arte. Se isso fosse verdade, deveríamos considerar artistas todos aqueles que tiram fotos do seu cotidiano, tendo o facebook como uma gigantesca galeria de exposição. Não se trata de julgamento do conteúdo, sua qualidade, senso estético etc.. Apenas devemos ter em mente que o formato midiático não parece ser suficiente para transformar qualquer conteúdo em arte - e isso vale para os games.

Isso não significa, de maneira nenhuma, que a fotografia, livro, quadro ou o game não podem chegar ao status de arte. A obtenção deste status reside em outros elementos da equação que não exclusivamente do seu formato midiático.

Mas a escolha dos seus exemplos ainda levanta outra questão:
Esses produtos de consumo, rendidos a uma estratégia de mercado com enfoque no lucro, podem ser considerado uma forma de arte? Como um game que amarra a criatividade do designer aos padrões estéticos e narrativos do gosto da maioria porque PRECISA vender milhões pode ser considerado arte?

E aqui vem a visão de Raymond Williams ("Cultura". Ed. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1992) sobre a produção cultural dos últimos 20 anos, onde se enquadram os games:
Desde o momento que as obras artísticas e culturais se tornaram produtos, "os cálculos internos de qualquer tipo de produção de mercado levam diretamente a novas formas de controle cultural e especialmente de seleção cultural". Desde o início da indústria cultural, o maior critério para a seleção de uma obra era o seu potencial de se tornar um produto comercializável, rentável, lucrativo: quanto mais, melhor. Como já estamos habituados a essa lógica, pois pertencermos a essa cultura do consumo, nos parece lógica a ideia de que obras que trarão lucro serão continuadas e expandidas, enquanto as que trouxerem prejuízo sairão rapidamente do mercado - se entrarem.

É verdade que a maioria dos games são produtos de consumo com objetivo de entretenimento, mas isso não deveria retirar a genialidade do seu designer-autor. Apesar da nossa cultura ser a do consumo (como já nos contou Bauman), contraditoriamente somos preconceituosos com seus produtos e, muitas vezes, basta atingir algum sucesso no mercado para que qualquer obra de um artista competente ganhe uma aura de desvalor. Para os games, este problema ganha uma escala maior. Diferente de outras mídias, os jogos eletrônicos e analógicos nasceram dentro das leis do consumo, com o objetivo exclusivo de entretenimento. São esses preconceitos que regem o discurso de Marta Suplicy ao negar os games como cultura, quiçá arte.

Não é esse preconceito que parece presente nas discussões sobre o status de arte das obras de Paulo Coelho e Romero Britto?

Rose Aparecida Da Silva
Assim como em todas as linguagens nem tudo pode ser considerado arte. Acredito que para ser Arte um game tem que de alguma forma narrar nosso tempo, tem que comunicar uma ideia, um pensamento, deflagrar uma ação ou sentimento. Acredito que tem que haver esse diálogo entre o jogo e o jogador, assim como acontece entre o observador e a imagem, ou a plateia e o teatro. É o que eu penso.
Alan Lopes da Fonseca
mauro miguel rodrigues berimbau escreveu:

 Alan Lopes da Fonseca escreveu:
"Jogo videogames, ou aliás, aprecio títulos do entretenimento digital,cuja temática supera diversas outras expressões culturais, há 25 anos.  Pac Man é um entre milhares de títulos. Segura o Tchan é uma entre milhões de músicas. Crepúsculo é só um entre centenas de milhares de livros. E Central do Brasil? É só mais um filme?"
- Alan, este é meu ponto quando digo que os games não são arte. Não basta pertencer àquele formato midiático para se tornar arte. Se isso fosse verdade, deveríamos considerar artistas todos aqueles que tiram fotos do seu cotidiano, tendo o facebook como uma gigantesca galeria de exposição. Não se trata de julgamento do conteúdo, sua qualidade, senso estético etc.. Apenas devemos ter em mente que o formato midiático não parece ser suficiente para transformar qualquer conteúdo em arte - e isso vale para os games.

Isso não significa, de maneira nenhuma, que a fotografia, livro, quadro ou o game não podem chegar ao status de arte. A obtenção deste status reside em outros elementos da equação que não exclusivamente do seu formato midiático.

Mas a escolha dos seus exemplos ainda levanta outra questão:
Esses produtos de consumo, rendidos a uma estratégia de mercado com enfoque no lucro, podem ser considerado uma forma de arte? Como um game que amarra a criatividade do designer aos padrões estéticos e narrativos do gosto da maioria porque PRECISA vender milhões pode ser considerado arte?

E aqui vem a visão de Raymond Williams ("Cultura". Ed. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1992) sobre a produção cultural dos últimos 20 anos, onde se enquadram os games:
Desde o momento que as obras artísticas e culturais se tornaram produtos, "os cálculos internos de qualquer tipo de produção de mercado levam diretamente a novas formas de controle cultural e especialmente de seleção cultural". Desde o início da indústria cultural, o maior critério para a seleção de uma obra era o seu potencial de se tornar um produto comercializável, rentável, lucrativo: quanto mais, melhor. Como já estamos habituados a essa lógica, pois pertencermos a essa cultura do consumo, nos parece lógica a ideia de que obras que trarão lucro serão continuadas e expandidas, enquanto as que trouxerem prejuízo sairão rapidamente do mercado - se entrarem.

É verdade que a maioria dos games são produtos de consumo com objetivo de entretenimento, mas isso não deveria retirar a genialidade do seu designer-autor. Apesar da nossa cultura ser a do consumo (como já nos contou Bauman), contraditoriamente somos preconceituosos com seus produtos e, muitas vezes, basta atingir algum sucesso no mercado para que qualquer obra de um artista competente ganhe uma aura de desvalor. Para os games, este problema ganha uma escala maior. Diferente de outras mídias, os jogos eletrônicos e analógicos nasceram dentro das leis do consumo, com o objetivo exclusivo de entretenimento. São esses preconceitos que regem o discurso de Marta Suplicy ao negar os games como cultura, quiçá arte.

Não é esse preconceito que parece presente nas discussões sobre o status de arte das obras de Paulo Coelho e Romero Britto?


Desculpe-me, mas fiquei confuso. Massaud Moisés aponta que a definição de arte varia de acordo com o momento histórico. Rembrandt utilizava terra nas obras dele. Isso ampliava ou "amarrava" a criatividade do pintor? Torno a questionar: já jogou? Já apreciaste algum título? A criatividade de qualquer criador, pintor, escritor, arquiteto é limitada, ou "amarrada" de acordo com as escolhas que ele tomar. Superar essas dificuldades, ou limitações é que tornam as obras destoantes e singulares. "Viver da pena" era o que todos os escritores do sec. XIX queriam... qual deles conseguiu? Eça de Queiroz pertencia a um movimento que NEGAVA o movimento anterior, hoje ambos movimentos são arte. O consumo não é novidade. Miquelangelo pintou a Capela Cistina  de graça?  Nesse ponto creio que a confusão me escapa e alcança a outros: diferente do que alegas, a liberdade criativa dos títulos são muito maiores, e, consequentemente, são capazes de atingir diversas camadas da sociedade. Tomemos GTA como exemplo. Sob o prisma que quem NÂO joga coloca, é apenas uma exploração despropositada de violência. Para mim, é a reprodução, nua e crua da sociedade na qual vivemos: amarga, injusta, alegre. Carlos Drummond de Andrade foi execrado quando publicou Tinha uma pedra no caminho. Não era considerado arte. Por quem mesmo? E hoje, é considerado arte. Por quem, mesmo?
Alan Lopes da Fonseca
Rose Aparecida Da Silva escreveu:
Assim como em todas as linguagens nem tudo pode ser considerado arte. Acredito que para ser Arte um game tem que de alguma forma narrar nosso tempo, tem que comunicar uma ideia, um pensamento, deflagrar uma ação ou sentimento. Acredito que tem que haver esse diálogo entre o jogo e o jogador, assim como acontece entre o observador e a imagem, ou a plateia e o teatro. É o que eu penso.

Tu já jogaste? Que tipo de diálogo tu esperas que haja entre uma pintura e o observador? Muito mais que troca, no jogo há experiência, vivência. Não se limita a testemunha, um não existe sem o outro. Tem-se a cumplicidade. O pintor retrata aquilo que lhe parece pertinente. O jogo e o jogador compartilham sentimentos e experiências. E as pinturas abstratas... deixam de ser arte por não narram nosso tempo?
Rose Aparecida Da Silva
Já joguei sim, e muito aliás, desde os tempos iniciais de Pac Man até Princípe da Pérsia ou Tom Raider, portanto acho extremamente relevante sua observação, afinal, tudo é aprendizado e você me apresentou uma outra perspectiva a qual não tinha me atentado ainda. Inclusive cito games em minhas aulas e tive que aprender a jogar God of War para poder acompanhar o raciocínio de um aluno da 7ª série que me falou do personagem Kratos, personagem aliás que eu não conhecia. No entanto, gostaria de me explicar melhor a minha fala, de que é necessário haver diálogo de alguma forma para que eu considere Arte, que se frise "eu", visto que o tema ainda é motivo de discussão no mundo todo pelos estudiosos de nossa área, para mim, acho que temos que tomar cuidado com a banalização da Arte, pois a medida que tudo é Arte nada é Arte, basta  caminharmos por um quarteirão, que vemos por toda parte "cabelo e arte, unha e arte, etc" será que realmente o são? Tenho minhas dúvidas. Mas voltando aos games, acredito que games podem ser ou não Arte, vai depender de como eu me relaciono com ele, de como ele me afeta de alguma forma; penso que nem todo game é arte, da mesma forma que nem toda fotografia é arte e que nem toda imagem também o é.
Rose Aparecida Da Silva
Alan Lopes da Fonseca escreveu:
Rose Aparecida Da Silva escreveu:
Assim como em todas as linguagens nem tudo pode ser considerado arte. Acredito que para ser Arte um game tem que de alguma forma narrar nosso tempo, tem que comunicar uma ideia, um pensamento, deflagrar uma ação ou sentimento. Acredito que tem que haver esse diálogo entre o jogo e o jogador, assim como acontece entre o observador e a imagem, ou a plateia e o teatro. É o que eu penso.

Tu já jogaste? Que tipo de diálogo tu esperas que haja entre uma pintura e o observador? Muito mais que troca, no jogo há experiência, vivência. Não se limita a testemunha, um não existe sem o outro. Tem-se a cumplicidade. O pintor retrata aquilo que lhe parece pertinente. O jogo e o jogador compartilham sentimentos e experiências. E as pinturas abstratas... deixam de ser arte por não narram nosso tempo?

á joguei sim, e muito aliás, desde os tempos iniciais de Pac Man até Princípe da Pérsia ou Tom Raider, portanto acho extremamente relevante sua observação, afinal, tudo é aprendizado e você me apresentou uma outra perspectiva a qual não tinha me atentado ainda. Inclusive cito games em minhas aulas e tive que aprender a jogar God of War para poder acompanhar o raciocínio de um aluno da 7ª série que me falou do personagem Kratos, personagem aliás que eu não conhecia. No entanto, gostaria de me explicar melhor a minha fala, de que é necessário haver diálogo de alguma forma para que eu considere Arte, que se frise "eu", visto que o tema ainda é motivo de discussão no mundo todo pelos estudiosos de nossa área, para mim, acho que temos que tomar cuidado com a banalização da Arte, pois a medida que tudo é Arte nada é Arte, basta  caminharmos por um quarteirão, que vemos por toda parte "cabelo e arte, unha e arte, etc" será que realmente o são? Tenho minhas dúvidas. Mas voltando aos games, acredito que games podem ser ou não Arte, vai depender de como eu me relaciono com ele, de como ele me afeta de alguma forma; penso que nem todo game é arte, da mesma forma que nem toda fotografia é arte e que nem toda imagem também o é.
Alan Lopes da Fonseca
Rose Aparecida Da Silva escreveu:
Já joguei sim, e muito aliás, desde os tempos iniciais de Pac Man até Princípe da Pérsia ou Tom Raider, portanto acho extremamente relevante sua observação, afinal, tudo é aprendizado e você me apresentou uma outra perspectiva a qual não tinha me atentado ainda. Inclusive cito games em minhas aulas e tive que aprender a jogar God of War para poder acompanhar o raciocínio de um aluno da 7ª série que me falou do personagem Kratos, personagem aliás que eu não conhecia. No entanto, gostaria de me explicar melhor a minha fala, de que é necessário haver diálogo de alguma forma para que eu considere Arte, que se frise "eu", visto que o tema ainda é motivo de discussão no mundo todo pelos estudiosos de nossa área, para mim, acho que temos que tomar cuidado com a banalização da Arte, pois a medida que tudo é Arte nada é Arte, basta  caminharmos por um quarteirão, que vemos por toda parte "cabelo e arte, unha e arte, etc" será que realmente o são? Tenho minhas dúvidas. Mas voltando aos games, acredito que games podem ser ou não Arte, vai depender de como eu me relaciono com ele, de como ele me afeta de alguma forma; penso que nem todo game é arte, da mesma forma que nem toda fotografia é arte e que nem toda imagem também o é.

Perdôe-me. Talvez eu tenha sido grosseiro. O ponto é: não se trata de selecionar uma ou outra obra e "diagnosticar" o quão arte ela é ou não. Deve-se considerar qual é a influência, a penetração, e, principalmente, o quanto da sociedade há nela. Acredito que o fenômeno da Arte pode ser resumido em três E's: exposição, emoção, expressão.  O artista vive esses três E´s e nós também. A diferença é a capacidade de expressar. Pois sentir todos nós sentimos. E só quem jogou, ou melhor, foi exposto pode realmente se emocionar e expressar, perpetuando o fenômeno.
Hoje, os acadêmicos franzem o cenho ao falar do entretenimento eletrônico. Amanhã, outros serão os acadêmicos. Isso já é, para mim, um alento.
Gilvania Passig Grah

Como dizia meu professor de Estética e Filosofia da Arte: As novas manifestações de arte causam estranhamento, discussões e seus conceitos e propósitos vão se consolidar e ser entendidos daqui uns trinta anos... quando se poderá estudar o seu percurso e suas repercursões. Hoje acontecem as discussões GAMES SÃO ARTE? assim como aconteceu com a fotografia, o vídeo... as manifestações de arte dialoga com a realidade social, independente das respostas, veremos num futuro próximo que alguns games são arte, e assim vai, a arte acompanhando a história social da humanidade.

Tânia Regina Arrabal Heluy

O designer gráfico é o criador da forma animada portanto desenho é arte pura.

A animação é uma forma de arte visual.

Preceitos dos desenhos artísticos inclusos na construção de um cenário e personagens.

Criação do enredo e história é um processo de construção mental e artístico passando  pela literatura e textos cênicos assim como as cores utilizadas deverão seguir uma norma de equilíbrio para não confundir os jogadores.

Minha singela opinião.

Renato Alves
Acho relevante salientar a atual efervescência de jogos indie. Muitas produções independentes mostram uma profunda preocupação poética, se apropriando dos jogos eletrônicos como uma linguagem, não só midiática... mas uma arte interativa. Ao meu ver, artistas estão aproveitando (já) os jogos como uma forma de ir além do entretenimento.

ps: não que apenas jogos indie possam ter um valor artístico, absolutamente.

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