Sou professora de Artes de escola pública estadual e municipal em Vitória da Conquista/BA ,e tenho total autonomia nas escolas em que medio artes,não tenho essa preocupação em trabalhar linha do tempo!procuro sempre perceber as necessidades da turma e incentivo a criatividade.As vezes preparo uma aula sobre IMPRESSIONISMO,mas percebo que estão mais pra MODERNISMO,deixo fluir...a Arte nos permite,criar...mudar ...experimentar,claro que com disciplina! um abraço.Mara David

Olá, uma noite geladinha, ainda mais para quem trabalhou o dia todo em uma escola e termina em uma reunião de Conselho de Escola, onde precisamos decidir como e onde gastar as verbas que foram destinadas à escola. Quando olhamos uma relação de 'necessidades' que os professores listam e na hora de escolher o que precisa ser priorizado, vem uma questão bem primária: "vamos escolher em primeiro lugar comprar aquilo que está escrito em projetos, o que está estruturado e justificado pelo professor". Nesta hora não cabe aquela velha desculpa: "ninguém respeita a minha área!" É um momento em que todos os professores colocam suas necessidades. Alguns um pouco mais experientes ou com mais tempo nesta 'lida'. Trazem seus projetos, mostram como foi feito nos anos anteriores, como planejou, como executou e como avaliou. Mostra os sonhos e os resultados. Não importa se é Português, Matemática, Geografia, ou Artes. Nesta hora o gestor quer que seja mostrado e comprovado o pq de cada pedido.
Iniciei uma fala com este relato, pq foi exatamente o que vivenciei hoje a noite. A professora de Matemática solicitando pregos, martelo, papel camurça, linhas, réguas, etc.. Para executar um projeto de geometria, onde trabalha a construção de telas com pregos e linhas. O conteúdo sai do papel para a tela. O aluno vai e volta para fazer seus calculos e seus desenhos. No final ela faz uma exposição, durante a Mostra Cultural, para que a comunidade possa ter acesso a todo o histórico de como desenvolveu o trabalho.
A profa. de Geografia, faz um trabalho de pesquisa, sobre quatro momentos da civilização. O aluno viaja num momento antes da Industrialização, 1ª Fase da Industrialização, 2ª Fase da Industrialização e Sociedade Atual. Os alunos utilizam várias formas para complementar a pesquisa. Inclusive horários extras para sala de leitura e de Informática. Fazem um levantamento da realidade local, das mudanças que estão acontecendo na região (construção de ponte, estação de trem, e avenidas, além da reintegração de posso e retirada dos barracos da favela). Fazem plantas, usam legendas. Fazem maquetes utilizando papelão, retalhos de papel, etc.. A professora solicitou Atlas, precisa de Atlas atualizados para que os alunos pesquisem. Também precisará de papel vegetal (para o último bimestre). Os alunos estão fazendo um portifolio com todo o processo, com as avaliações e com os relatórios. Tudo está sendo divulgado para todos terem acesso.
A profa. de Inglês, está fazendo maquetes sobre os jogos panamericanos, onde os alunos utilizam as palavras e fazem as traduções de tudo que está na maquete. Os trabalhos devem ser expostos hoje, dia 03/08 e depois na mostra cultural, no último bimestre. Esta solicitou que consigamos arrumar os aparelhos de CD.
Uma das professoras de Artes solicitou Argila. Ficou dedicido, ela precisa entregar o projeto para a direção, inclusive dizendo para que período este material precisará estar à disposição, visto que não temos local para armazenar a argila, e ela tb pode endurecer.
Vejo que muitas vezes temos ótimas idéias. Trabalhamos pra valer. Corremos de um lado para o outro. Mas esquecemos que precisamos documentar. Se não documentarmos o nosso trabalho...
Como posso solicitar algum material (de consumo ou permanente), se não mostro, ou demonstro o que exetamente estou pretendendo? Eu sou muito displicente, começo anotar, e acabo deixando de lado. Mas sei que se não registrarmos as coisas, dificilmente conseguiremos que o nosso trabalho seja respeitado. Podemos contextualizar, planejar, avaliar, mas se não colocarmos tudo no papel, ou como diria minha mãe: "preto no branco". Não adianta, vamos continuar sendo considerados os festeiros. Os decoradores de ambientes.
Já conseguimos muito. Todavia ainda existe muita coisa que podemos e devemos continuar lutando.
Abraços
Yta - Itamar Alves Leal dos Santos
Oi...
Aqui em Pomerode-SC a " cidade mais alemão do Brasil", onde eu leciono e resido ( um caboclo no meio dos alemão...rsrs) segue-se duas cartilhas. A estadual com apostila de Historia da Arte, tem até figurinha, e a municipal elaborada por uma "penca" de oito professores ( duas são formadas na area) as outras cairam de paraquedas...mas tudo bem dizem q jacaré não entra na festa do céu! Tudo bem...
Para dizer bem a verdade aprecio a Historia da Arte, mas sem apostila. Acredito que é importante vc fazer um paralelo com a historia sim! Observar e tentar compreender o tempo. As "minhas crias" apreciam. Obviamente depende muito da motivação com que vc passa as informações para a "galera".
E isso aew...depois los vemos! Inté
Olá!
Sou professora da Rede Municipal de Joinville, licenciada em Geografia interessante este fórum de discussão. Gostaria de deixar minha opinião sobre o tema.
Sendo a escola o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de crianças e adolescentes, visando formar o futuro cidadão, nada melhor que por aí se dê o contato sistematizado com o universo artístico e suas linguagens: artes visuais, teatro, dança, música e literatura. Contudo, o que se percebe é que o ensino da arte na escola está relegado ao segundo plano, ou é encarado como mera atividade de lazer e recreação. Sem falar que alguns profissionais não levam muito a sério esta disciplina tão importante na formação dos alunos. Outra questão bastante preoucupante é a questão da contratação de professores que muitas vezes não tem qualificação para atuar na área e ministram esta disciplina sem ter competências e conhecimento. Penso que a grade curricular das disciplinas deveria comtemplar para cada série do Ensino Fundamental aulas a mais, do que uma aula por turma, pois haveria a possibilidade de realmente se fazer um trabalho mais significativo com os alunos.
Profª Eliete
Olá colegas,
sempre o conteúdo na arte é uma questão complexa, a começar pelo próprio desconhecimento da área dos colegas das outras disciplinas. Parece que tudo é fácil, muito "solto"´e sem o compromisso de se esgotar um assunto , muitos até definem a aula de arte como divertida. Acho que um currículo em espiral é sempre interessante, por exemplo: o assunto COR você pode dar da creche ao ensino médio, não se esgota, se aprofunda. Sempre prefiro que a gente faça logo no 1º dia letivo um diagnóstico da turma e tenha um escuta acurada para os interesses (uma herança de Dewey(?) e propor atividades integradas e relacionadas com sua vida, fazendo assim um planejamento. Nada pode ser dissociado da realidade do aluno, pois assim fará sentido sua aprendizagem. Contextualizar sempre. Numa turma que eu tive havia um interesse por graffiti, a partir disso trabalhamos diversas formas de registros visuais que o ser humano veio manifestando na história. Partimos para atividades de leitura de obra, apreciação, pesquisa de meios gráficos, etc. Tudo muito "divertido" como o brinquedo, só que com a diferença que se produziu um trabalho intelectual. Agora vai explicar isso para uma comunidade escolar, pais, gestores, entre outros que não vêem sentido nisso ou resultados práticos imediatos no boletim.
Abraços, Denise Gama.
Olá a todos! Que esse semestre seja ótimo para todos!
Estou achando bem produtivas as respostas, os questionamentos. Ainda mais quando se trata de falar do conteúdo e da autonomia do professor. Na verdade, percebo que o corpo docente cobra tudo do professor de arte... É fato que eles acreditam na facilidade em se dar aulas de arte e por isso cobram e opinam tanto. Um dia , conversando com um professor de história da escola em que trabalho, este se posicionou dizendo que prepara os alunos para o vestibular e que se os professores de arte trabalhassem igual a ele , mas com as obras , aí sim seria um sucesso... Rs... SUCESSO, na verdade o sucesso está em um processo de aprendizagem garantido, que ocorre, mesmo perante muitas dificuldades. Não sei, para mim ainda é tudo muito complicado. Talvez as aulas de arte e seus conteúdos seriam menos fragmentados se o sistema educacional e suas respectivas grades curriculares fossem modificados em prol de favorecer realmente o aluno e seu aprendizado. Essa coisa de professor de arte POLIVALENTE, traz uma confusão, tanto para o professor e seus conteúdos e para os alunos.
Ana Carolina
Olá professores Roberto e Carmen, fico feliz com a volta do forum.
É um tema interessante e penso que a história da arte embora seja fundamental para a própria história do ser humano, não deve ser seguida a risca. A contextualização é importante para que o aluno tenha um maior entendimento.
A arte, na minha opinião dever ser dada tendo como foco o aluno, suas necessidades e sua própria arte, pois essa arte é sem dúvida enriquecedora de nossos próprios conteúdos. Não é possível permitir que nenhuma aresta da arte vivida pelo aluno no seu dia a dia, em sua rua, seu bairro, enfim, escape pelas nossas mãos. É através dela que podemos ampliar o conhecimento do aluno mesmo que para isso tenhamos que utilizar recursos importantes como musicalizar ou teatralizar a arte. A arte é coisa séria, mas podemos brincar de arte.
Uma questão muito discutida sobre a arte na escola é sua valorização pela própria escola. Realmente acontece, a menos que o professor tenha a princípio muito conhecimento, o que é necessário e assim impor suas condições e da própria arte. É preciso mostrar experiências objetivas e colocar a arte dentro da escola para que assuma o lugar que é dela.
Sou arte educador da Rede Municipal de Campo Grande, MS e tenho como princípio criar mecanismos para que juntamente com meus alunos, possamos durante oitos horas por dia nos deliciarmos com as delicias que as artes proporciona.
Abraços
Sávio
Olá Itamar.
lí seu comentário e fiquei preocupada com sua angustia. Você tem uma equipe grande em sua escola, e todos com vontade de trabalhar, isso é ótimo, mas cada um dos professores tem um discurso individual, pelo menos no que você relatou. O que você percebeu que mediante todas as exigências em reunião, o seu direito de fazer pedidos também não fosse inportante, mediante aos demais.
Nossa disciplina é tão importante, que todas as outras lançam mão dela como estratégia e muitas vezes sem consutar o professor de artes. Isso configura para você um trabalho individualizado, concorda? E a avaliação também, certo?
Temos uma LDB que pontua bem claro, a importância da arte em nossa cultura e na formação dos nossos alunos. Então, será que os seus amigos têem consciência disso? Acredito que o mais importante e você saber disso para quando for se posicionar em reuniões, argumentar de forma a valorizar sua disciplina como as demais.
Abraço
Rosimar
Olá Eliete.
Lí também seu comentário e acredito que os professores de arte estão passando por uma transformação, juntamente com as escola, em relação à arte.
Trabalho a mais de dez anos como professora de arte em uma escola estadual no estado de São Paulo, e nunca onde trabalhei tive problemas de a escola e professores valorizarem minha disciplina. Por isso, tenho estudado esse paradigma.
Acredito sim, que o professor deve mudar a postura quanto ao conteúdo ensinado e as estratégias usadas. Se trabalhamos em equipe temos a vantagem de mostrar a importância da arte para o ser humano. Não só isso, os objetivos terão a chance de ser eficaz. Quanto a forma de avaliação, será mais dinâmica e holística. O que você acha da importância da Arte em Geografia ?
Abraço
Rosimar
Em minha prática, procuro apresentar elementos e períodos variados da História da Arte como fonte de produção e localização, no Ensino Fundamental e nos dois primeiros anos do Ensino Médio. Não entro em detalhes sobre linha do tempo ou desenvolvimento dela nessas séries.
Entretanto, com o terceiro ano do Ensino Médio, sigo uma linha – mais ou menos integrada ao trabalho dos professores de História e Português. É claro, que nem sempre estamos falando ao mesmo tempo sobre os períodos, devido o número de aulas de cada disciplina, mas tenho percebido que a compreensão dos alunos sobre o assunto abordado, fica mais completa.
Procuro inserir sim, uma contextualização ao assunto trabalhado. Nem sempre, trazendo para a contemporaneidade, mas de uma maneira ou de outra, incentivando os alunos e alunas a estabelecer relações entre o que estão aprendendo e o que vão desenvolver.
Como exemplo, cito o exercício desenvolvido em maio, quando estudamos a Arte Romana:
Depois de discutirmos o tema, embasados em um pequeno texto sobre as características do período, apresentei aos alunos a tela “Tarquínio e Lucrécia”, de Tintoretto (parte da Pinacoteca Caras – imagem anexa). Discutimos a tela e a história atribuída a seus personagens, que é encarada como um ponto importante no desenvolvimento do estado democrático romano. Bom, a partir daí, pedi aos alunos que desenvolvessem utilizando pintura, desenho, expressão corporal, filmagem, escultura ou poesia, seminários explicando através de um personagem real – e para isso pesquisaram na SAI e na Biblioteca – o processo de mudança que levou o Brasil da monarquia à república. Os resultados foram muito interessantes.
E nessa semana, ao abordar o Barroco e apresentar algumas telas de Rubens para os alunos, eles identificaram o estilo lembrando da tela de Tintoretto. Foi muito recompensador e pelo visto, o olhar deles já apresentou um reconhecimento artístico.
Condenso o máximo possível de informações sobre a História da Arte em pequenos textos introdutórios a cada período, mas quem faz a maior parte do trabalho – em aula mesmo, com pesquisas orientadas, são os alunos e alunas. E a partir dessa pesquisa, desenvolvem seminários e apresentam para a turma – sempre utilizando uma linguagem artística para dar mais significado ao trabalho.
Penso que o desenvolvimento do trabalho dessa maneira, cria uma contextualização bastante promissora para a utilização do ensino da História da Arte.
Olá
Estou participando pela primeira vez...Meu nome é Ana Luísa.
Sou professora de Ed.Artística de uma escola estadual do interior de São Paulo, "Escola Plínio Berardo", Jardinópolis. Trabalhamos muito com projetos, partindo de problemáticas vivenciadas na escola e projetos em comum que a escola já possui.Temos uma excelente coordenadora que muito nos ajuda e nos direciona.Quanto a História da arte, eu procuro sintetizar o máximo possível, para que o aluno contextualize as várias linguagens artísticas, tornando a aprendizagem real e significativa.
Beijos para todos.
Rosimar Bacellar Camarinha escreveu:
Olá Eliete.
Lí também seu comentário e acredito que os professores de arte estão passando por uma transformação, juntamente com as escola, em relação à arte.
Trabalho a mais de dez anos como professora de arte em uma escola estadual no estado de São Paulo, e nunca onde trabalhei tive problemas de a escola e professores valorizarem minha disciplina. Por isso, tenho estudado esse paradigma.
Acredito sim, que o professor deve mudar a postura quanto ao conteúdo ensinado e as estratégias usadas. Se trabalhamos em equipe temos a vantagem de mostrar a importância da arte para o ser humano. Não só isso, os objetivos terão a chance de ser eficaz. Quanto a forma de avaliação, será mais dinâmica e holística. O que você acha da importância da Arte em Geografia ?
Abraço
Rosimar
Olá! Rosimar
É possível ao meu ver articular arte e geografia no estudo da paisagem geográfica de maneira a ampliar a capacidade de percepção e apreensão da mesma, bem como sobre as manifestações artísticas, e também representar um aumento no entusiasmo e despertar o interesse dos alunos para o processo de construção do conhecimento.
Assim, falar da Europa por exemplo pode significar muitas Europas, considerando quem está em sala de aula e quais subjetividades estão presentes nestes estudantes, vistos como pessoas que vivem esses valores. Por que sempre o país da Copa do Mundo do momento tem significado especial para alunos e alunas que acompanham a competição? A prática tão usual de tematizar as áreas do conhecimento no mês da Copa a partir do próprio evento e do país onde ele ocorre, é indicativa da necessidade de os professores de Geografia levarem em consideração os valores/subjetividades (“estado de alma”) dos alunos em suas práticas pedagógicas cotidianas.
Portanto trabalhar arte em geografia é possível desde que o professor tenha uma visão e a competência necessária para tanto, sair do seu mundo voltado somente para o conteúdo programático e associar estes em sua atuação pode ser exemplificada em atividades de aula envolvendo a leitura de paisagens em imagens de jornal por exemplo. O professor poderá também explorar com os estudantes os diferentes elementos que constituem uma imagem, as relações entre os atores sociais com o lugar ou a cena da imagem, mostrando que, muitas vezes, os atores fazem parte da paisagem, examinar a postura e seus corpos, o significado e seus gestos e o que representam. Trata-se de aproximar a geografia escolar ao exercício de entender as paisagens como possuidoras de significados simbólicos, como resultantes de apropriações, criações e transformações.
Abraços!
Profª Eliete
Joinville - SC
Olá Colegas!
Que debate maravilhoso!
Beijos
Mara/Vitória da Conquista-BA
Tópicos encerrados
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