Forum
Juliana Carvalho Carnasciali

Gente, gente, gente...cade todo mundo!? Viramos caramujo por alguns dias, ou borboletas por instantes? Ninguém quer conversar sobre a Bienal? Estou a disposição para trocarmos idéias...convidem seus amigos para passarem por aqui. A Educação só acontece em rede, vamos tramar???

Abraços Jú

Ana Cristina Fíncolo Miguel

Olá!

Fui à Bienal e confesso que muitas obras não consegui entender todo esse contexto que a Juliana cita (pura ignorância minha!!!!!)sei disso. Creio que não fomos alfabetizados visualmente para ver, analisar tudo aquilo, principamente os vídeos. Gostei muito dos pratos, aquela língua com colagens de alimentos. . .a geladeira contendo ítens inusitados. . .adorei! Porque? Não sei responder, ou melhor sei. . .me pareceu sutil, sensível e inusitado. sobre o que o artista trata? qual o discurso argumentativo? ????Gostei pronto e acabou. . .até já trabalhei com minha turma de 4ª série, mas relativizamos com padrões estéticos de beleza. . .saiu cada coisa. . .um prato com um cone cheios de colagens de eros de cirurgia plásticas e bem no topo uma Barbie, outro aluno fez o prato do desequilíbrio: de um lado muitas guloseimas, do outro alface e pílulas "targa preta". . .outra fez uma escada utilizando caixas de fósforos, cada degrau uma escrita indicando uma cirurgia. . .no topo uma foto dela, escrito: Venci!Beleza ideal, me aceitar como sou!

acho que por enquanto é só, assim que puder envio fotos dos trabalhos. . .

Beijos

Terezinha Fátima Duchnicky
carmem escreveu:
Rosângela Maria Seigo escreveu:

Subjetividade para mim é sinônimo de sentimento, acredito que não só é possível, como extremamente necessário nesse caos globalizado que nos rodeia. Tenho uma experiência ótima com a chamada dos sentimentos, ao invés de responder presente, faltou, etc. O aluno escolhe uma cor, por exemplo:

- branco = paz

- preto = solidão

- vermelho = paixão

- verde = raiva

Após a chamada, o aluno tanto pode se justificar oralmente (sempre há os desinibidos) ou por escrito e particularmente, para que isso ocorra coloco uma caixa lacrada. A atividade é feita quinzenalmente. E aos que escrevem, sempre retorno de forma escrita e particular. Os que se pronunciam, estabelecem com a sala a divisão dos seus problemas. É ótimo. Enquanto o aluno fala, procuro sempre pôr um fundo musical apropriado. É um barato ver a necessidade que eles têm de se contar,  de se abrir, seja lá de que forma for. Ah! o conteúdo nesses dias são a alma e o sentimento humano.

Oi Rosângela,

Muito interessante a brincadeira q vc. faz com as crianças. Adoro usar jogos. Vc. conhece mais jogos de arte?

E vc. Juliana, usa jogos e brincadeiras nas aulas de arte? Já usei alguns e as crianças gostam muito:

Jogo do painel pictórico coletivo: um grande painel será construído pela classe. um jogo com etapas similares as etapas do processo de criação artistico, da idéia à obra acabada. É dividido em equipes e pode ser usado qualquer tema. Só que uma equipe não sabe o que a outra irá fazer, e tem que sair um único painel. A negociação é o ponto alto, pois as equipes não podem perder de vista as metas e o tema. Quem quiser posso passar as regras completas.

Jogo da pintura: mais simples e individual. Cada aluno escolhe um ítem de cada lista e cria a partir daí. Exemplo: personagem: gato, ovo, minhoca, monstro, ou qualquer outro dentro de uma lista. Lugar: montanha, rio, sala, túnel, circo, fundo do mar, ou  qualquer outro dentro de uma lista. E assim vai. V. pode estabelecer listas de várias coisas: sentimentos, condições climáticas... Os pequenos adoram!

Outro: divide a sala em 2 equipes. A profa. mostra uma imagem e cita as referências. O representante da equipe, o da vez, tem que dizer se é (conforme o combinado) paisagem, retrato ou auto-retrato. As crianças avançam no repertório bastante.

Vcs. tem usado jogos? Quais?

 

abraço, CArmem



Carmem, estou lendo este fórum e achando super interessante o papo. Quanto aos jogos confesso que não uso, mas fiquei muito interessada em conhecer melhor tais atividades. Me interesso pelas regras com mais detalhes. Tempos atrás trabalhei um jogo com criança de 2ª e 3ª serie,  vou relembrar e postar aqui. Eles gostavam muito. Agora estou com 7,8 e 1 E.M. e é precisamos inovar sempre. abç

Juliana Carvalho Carnasciali
Oi Teresinha, tudo jóia?!  Confesso que em relação a JOGOS tenho algo a contar, dividir...espere um instante que vou mudar de computador porque aí, até imagens poderei enviar... até já beijos
Carmem

Oi pessoal, oi Juliana

que bom voltar ao forum, estava com saudades. fiquei uns dias sem acesso ao computador, e já estão me chamando... olha ainda hoje vou sentar aqui e escrever um pouco. enquanto isso vou pensar no que vcs, colocaram. Estou morando em Curitiba, sou de Sampa e talvez ainda consiga ir ver a bienal antes do dia 17.

bjs

Carmem

Isabel Mir Brandt
Alo!
Estive fora por uns dias e retornei para ver o que estava sendo discutido no forum, fiquei feliz com os comentarios que se seguiram. Agora pergunto a Juliana: Como uma arte-educadora de uma das milhares de escolas públicas do interior do Brasil, onde o contato com a arte se dá na maioria através de reproduções, conhecem um artista local que confunde arte com artesanato, onde a única exposição de arte é a dos trabalhos escolares e a loja mais bonita da cidade vende artesanato chines importado do Paraguai? Palavras como Bienal, galerias, centros culturais, etc... estão tão longe da realidade do dia-a-dia dessas cidades  como plantar alfaces no concreto da Av. Paulista.
Juliana Carvalho Carnasciali
Demorei mas voltei...o que trabalhei com jogo foi o seguinte, estivemos em uma VIAGEM IMAGINÁRIA desde o 3o bimestre, um dos lugares que visitamos, no início da viagem, foi a África através do livro  "A semente que veio da África", de uma autora chamada Heloísa Pires Lima e mais dois outros autores convidados por ela. Uma parte especial do livro que tráz questões culturais da África, contava sobre o AWALÉ, um jogo tão importante para o povo Africano feito o Xadrez para o povo Ocidental. A viagem era um pretexto para a INVENTIVIDADE, logo, após visitarmos três lugares, só ampliando a bagagem cultural, as crianças foram surpreendidas com o momento de jogar, em grupos, o awalé, mas não era o awalé original, era o AWALÉ DA ARTE. O objetivo deste jogo por sua raíz é semear, trabalhar a fraternidade, a coletividade e foi esta a proposta. As regras do jogo foram adaptadas e em grupos eles criavam sementes e trocvavam para depois plantar em um território também criado poe eles, a brincadeira foi mais ou menos assim...eles adoraram e se soltaram...me surpreenderam com a capacidade de organização estética e soltura para a criação. Foi bastante interessante. Vou enviar para você o arquivo do jogo e algumas imagens produzidas, territórios e sementes... divirta-se também...abraços Jú
Juliana Carvalho Carnasciali
Te, mais um arquivo e em outra mando fotos... Jú
Juliana Carvalho Carnasciali
Isabel Mir Brandt escreveu:
Alo!
Estive fora por uns dias e retornei para ver o que estava sendo discutido no forum, fiquei feliz com os comentarios que se seguiram. Agora pergunto a Juliana: Como uma arte-educadora de uma das milhares de escolas públicas do interior do Brasil, onde o contato com a arte se dá na maioria através de reproduções, conhecem um artista local que confunde arte com artesanato, onde a única exposição de arte é a dos trabalhos escolares e a loja mais bonita da cidade vende artesanato chines importado do Paraguai? Palavras como Bienal, galerias, centros culturais, etc... estão tão longe da realidade do dia-a-dia dessas cidades  como plantar alfaces no concreto da Av. Paulista.

 Uau Isa!!! Que demais sua escrita e forte... Pensei sobre e acredito que para plantar alfaces no asfalto, basta termos muita paciência, persistência e muita, mas muita força de vontade porque certamente para conseguirmos nosso trabalho terá que ser redobrado.

Caminhos possíveis: solicitar, aqui no forum por exemplo, ou no próprio instituto Arte na Escola, vídeos, dvds, imagens, transparências... me conta uma coisa, a escola aí tem algum destes recursos ou nenhum e se topar, de alguma forma podemos fazer um intercânbio de informações, de nutrição estética... penso que se a cidade só tem a oferecer artesanato e de certa forma algumas pessoas não o consideram arte, aí pode ser um ponto de partida para discissão. O que o grupo acredita ter de representação artística em su acidade, depois deste levantamento prosseguir encaminhando pesquisa e discussões. Será que o que eles consideram arte por aí não se aproxima de algum trabalho verdadeiramente artístico? Porque eles consideram arte? Porque não seria arte? Quais as possíveis diferentes entre arte e artesanato... afinal de contas o artista e o artesão precisam sobreviver, têm sensibilidade e habilidade, talvez repertório cultural diferenciado e intenções diferenciadas mas o que mais?

Estou aqui aberta e disposta para trabalharmos e acredito que somos sim capazes, mesmo com dificuldade, de plantar alface no cimento e aliás, você me provocou a possibilidade do deleite referente a uma imagem mental fabulosa em relação a sua fala...

Vamos mover caminhos...deslocar... abraços coloridos, movimentados e asfaltados... Jù

Lucia Helena

oi Juliana. meu nome é Lucia Helena, sou professora de artes no interior do Rio de Janeiro. O que posso dizer sobre subjetividade de meus alunos...bem, sabe, percebi que ao longo de nossas vidas perdemos a nossa capacidade de abstrair e que a criança de tenra idade é muito capaz. mas a escola tolhe a criatividade desse sujeito com suas  regras. Percebo esse fenômeno claramente, porque tenho alunos desde a 4 série até o ensino médio. Mas os alunos da educação infantil são incríveis. Por que não podemos ajudar nossos alunos a desenvolver mais ainda sua criatividade em vez de podarmos?  Nossos professores não são formados com esse valor, a arte em nosso país é para uma minoria, que mesmo assim não sabe o verdadeiro valor da própria arte. Considero que ela esteja em nós, no dia-a-dia de nossas vidas, em tudo que fazemos e vemos. Pena que seja assim.

Nesse bimestre, incluí o filme Pollock no segundo ano do ensino médio para sensibilizá-los quanto a importância da arte conteporânea. Foi muito sofrida a experiência, mas vou continuar nos anos seguintes. Eles gostaram do filme como ficção, mas não houve a capacidade de um aprofundamento por parte deles mesmos, pois estão cheios dessa massificação assustadora desse período em que vivemos.

Bem, era isso.

um grande abração

Lucia Helena

Isabel Mir Brandt
Alo Lucia Helena e Juliana!
Aos poucos no Brasil, está se formando um pequeno exercito de guerreiros, ou melhor dizendo de guerrilheiros, que lutam uma guerra inglória, muitas vezes solitária, dispondo de pouquissimas armas, a não ser seus proprios sonhos e ideais, que são reconhecidos como arte-educadores(as).
Esses guerreiros tem feito a sua parte. Muitas vezes nos frustamos diante de depoimentos de sucesso de outros arte-educadores que conseguiram isso ou aquilo. Uma guerra é travada com feridos, mortos, inválidos, e nem sempre com vitória. Por isso a grande luta dos arte-educadores(as) no meu entender está apenas começando. No passado as aulas de educação física nas escolas era "deixar as crianças correr atras da bola". Porém esses professores se organizaram, enfretaram todo tipo de difilculdades, até serem reconhecidos, e hoje são uma catagoria respeitada dentro do sistema escolar. Vejo os arte-educadores(as) como uma categoria profissional que está se formando, se organizando, buscando os objetivos, situando-se neste Brasil imenso. E é para esses incansáveis guerreiros que dedico parte do meu trabalho e admiração.
Um pequeno exemplo - Um estudante universitário de informática, produziu como trabalho de aula, um video-arte com os artistas locais e os poetas, onde ele foi até a intimidade de nossas casas e atelier, com uma pergunta: O que é arte? e enquanto buscavamos as respostas, ele mostrava como num video-clipe nosso fazer arte. esse DVD abriu uma exposição do grupo de contemporâneos da cidade e mais tarde foi parar nas escolas. Qual foi o resultado????... tres artistas e seus espaços de produção foram incluidos num roteiro cultural, onde a prefeitura patrocina o transporte para que as crianças venham até nosso atelier nos conheçam e vejam como é na prática o fazer arte.
No início resisti a idéia de ver um monte de crianças "invadindo" meu espaço.
Um dia fui chamada a abrir uma exposição de arte feita pelos alunos de uma escola pública, onde eles faziam a tal "releitura" de minhas obras. Fiquei tão impresionada que todas as minhas defesas cairam... hoje estou trabalhando freneticamente para montar no jardim do meu atelier uma exposição permanente de esculturas para essas crianças que hoje trazem os pais até as exposições de arte.
Então é possível trabalhar a subjetividade em nossas escolas? SIM, SIM e SIM, desde que estejamos conscientes de que trata-se de uma luta e não de uma vitória definitiva.

Juliana Carvalho Carnasciali

Oi, oi, oi, Isabel, que delícia de relato. Adorei saber e concordo com você.

Lúcia, tudo jóia... li atentamente sua fala e me questionei apenas sobre um tópico: será que Pollock foi a melhor escolha? Penso que ele não é exatamente o melhor exemplo ou ponto introdutório para trabalhar contemporaneidade, talvez cor, gestualidade, processo de criação, mas arte contemporânea não, fora que penso ser uma trama dura do filme, coloca o artista a ser visto de um ponto de vista que sonsidero delicado frente a pessoas que possam ter algum preconceito cocm o assunto ou algo assim. Acredito, em si tratando de adolescentes que temos que sempre que fisgá-los, trazê-los a nós. Descobrir o que os encomoda ou agradade, o que os aflige pode ser um bom começo. Tem uma professora que já foi premiada pelo Prêmio Arte na Escola a alguns anos, Marília, ela é do sul, e seu trabalho com adolescentes foi muito interessante, vale a pena procurá-lo neste site. Ela ofereceu "O GRito" pintura de  Munch como nutrição e provocação aos alunos para que eles descobrissem qual grito era o que eles necessitavam dar. Visualmente a princípio...e aí... já viu... procure o trabalho dela, é muito bom.

Adolescentes, hoje, pensp ser tarefa delicada em termos a educação, visto que vivemos uma escola para vestibular, e não para vida e portanto penso que arte deveria cada vez mais ganhar força para poder trabalhar com a subjetividade destes meninos, suas singularidades, visto sser este o item mais importante da vida de um ser humano, pelo menos eu considero. Uma pessoa que sabe ligar com o íntimo de si, sabe inventar e reinventar, indo além, sabe reinventar-se, é uma pesssoa pronto para este século... o que devemos e podemos fazer?

Contem comigo e eu conto com vocês... Abraços e at´´e já...Jú

Juliana Carvalho Carnasciali

A PROPÓSITO, COMO ANDA A SUBJETIVIDADE DE VOCÊS NESTE FIM DE ANO...ENTREGA DE NOTAS, RELATÓRIOS, PENSAMENTOS DE ONTEM E DE AMANHÃ...COMO? VAMOS TROCAR ESTA FIGURINHA...

ABRAÇOS...JÚ

Marcieli Renata Beluczyk

Oi Jú !!!

Sou professora em Novo Hamburgo-RS, trabalho com esnsino fundamental á tarde e com EJA à noite.tenho percebido a extrema necessidade de diálago com os alunos e nos diálogos tenho conduzido aos alunos a dialogar com seus  pensamentos através da arte...descobri que os maores inventos e maores idéais geramemte vem dos pensamento no ônibus, caminhando pra casa, na hora do bvanho...menos na hora de criar em sala de aula...criamos um acordo então, proponho sempre a crição no finalzinho da aula, na aula seguinte, depois de uma semana, eles sempre aparecem com idéias mirabolantess....

Marcos Antonio Dos Santos
Olá pessoal, gostaria de partilhar uma experiência muito legal quando estudamos a Arte Medieval com uma turma de Ensino Médio. O desafio foi o seguinte: "representar plasticamente elementos que expressassem a Fé", deixando as diferenças de lado, pois preconceito não agrega nada de positivo, focalizamos o respeito e o amor fraternal ao próximo, resultantes do comprometimento não somente com determinada religião, e sim, comprometimento com a vida. Aliás o tema do Projeto Multidisciplinar de nossa escola este ano foi o seguinte: "Vida, um Tesouro a Preservar", Professores de todas as áreas de ensino e alunos envolvidos, uma maravilha!! Além de maravilhosos mosaicos, desenhos, móbiles, oratórios e outros objetos (inspirados na obra de Farnese!!), que materializaram os estudos da Arte Medieval, excelentes debates acerca da Fé e das mazelas do nosso planeta, resultantes da intolerância, do preconceito... , surgiram em sala de aula. Acredito que foi muito produtivo, pois a nossa tarefa enquanto educadores é semear no coração de nossos alunos o desafio, e porque não o compromisso, de fazerem um mundo melhor. A subjetividade é o que nos diferencia dos outros seres humanos: somos únicos!! E a linha tênue para conduzir um trabalho assim é formada por respeito, amor e muito comprometimento com a educação e, indispensávelmente, com a vida. Abraços e quem quiser conhecer a nossa escola visite-nos em www.satc.edu.br.
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