Forum
Mara Cardoso Ladeia David

 Olá colegas,

Cheguei da escola a pouco! dei uma aula no 3º ano sobre o renascimento,depois peguei algumas obras de Leonardo da vinci formei grupos na sala e trabalei leitura de imagem o resultado foi otimo.

Abraços

Andréa Senra Coutinho

Olá colegas,

quanto aos assuntos que devemos abordar em sala e se devemos seguir a linha do tempo...

penso que há algumas questões de um determinado momento da produção artística, para além da preocupação técnica, que estão irremediavelmente ligados ou correlacionados com aquilo que o antecedeu... portanto a rigidez de seguir cegamente a linha do tempo pode ser tão maléfica quanto ignorar as interligações que existem de um determinado momento com períodos anteriores...por exemplo, é dificíl entender o "impressionismo" se não houver uma análise do que seja "pintura acadêmica"... e assim por diante. Penso que corremos o risco de ensinar técnicas e não significar suficientemente para os/as alunos/as aquilo que abordamos em sala...

Um abraço

Andréa Senra

Conceição De Maria Cunha

Olá a todos. Fico feliz com o tema em debate. Acredito na proposta de um ensino da arte voltada para a apreciação e compreenção artística do aluno, numa persperctiva de torná-lo crítico e reflexivo sobre diversos assuntos que a arte pode vir a proporcionar.

Hoje mesmo, ministrando uma aula de arte na escola que leciono, proporcionamos momentos importantes sobre as artes populares, em especial a arte nordestina. Conversamos sobre folguedos, contos populares, grupos musicais folclóricos aqui do Ceará, como a Banda de Pife dos Irmãos Aniceto. A aula foi bastante proveitosa e, na turma, uma criança do quinto ano participa, com seus amigos e familiares, da brincadeira de Tiração de Reis. Sabia cantar a música de cor e relatou momentos divertidos que acontecem na noite de Reis. Outra aluna contou, entusiasmada, a história da Festa no Céu que havia escutado por sua avó. Brincamos com as músicas dos Irmãos Aniceto interpretando a cena dos ataques das abelhas. Foi bastante rica e todos aprenderam algo a mais, inclusive eu, que a cada aula aprendo ainda mais com eles.

Não necessariamente estudamos direcionados para a linha do tempo. Na próxima aula iremos trabalhar a Xilogravura. Será contado um pouco a história da Xilogravura, mas todos perceberão que ela é muito próxima de nossa cultura local, por consequência da Literatura de Cordel. Acredito que também será "só a massa" e que ninguém irá "botar boneco" em sala de aula, numa proposta de educação das artes bem divertida, razerosa e rica.

Conceição Cunha

Mara Cardoso Ladeia David

olá Andrea,

  Hoje trabalhei com meus alunos IMPRESSIONISMO. Mostrei para ele obras de CAMILLE PISSARRO,

falei sobre a IMPRESSÃO que esse tipo de pintura deixa na tela! e o quanto esse artista foi criticado quando pintou com essa técnica! fiz a mediação na sala de aula e para minha surpresa um aluno falou que de longe parecia borrões ! não foi isso que os criticos de arte falaram na epoca?Só que meu aluno pegou na obra de arte e ficou encantado com o que percebeu! como voce pode perceber IMPRESSIONISMO  ou qualquer ISMO...OU '' TUI QUANTI" como dizia Monteiro Lobato, não é tão dificil assim de entender,depende da forma como mediamos,ou será que tem professor que não media?

Um abraço

Mara

Sheila Castro

Bom dia pessoal. Sou formada em psicologia,e embora não esteja exercendo, estou fazendo uma pós graduação em Educação Especial e um curso de Libras. Como conclusão da pós tenho que apresentar uma monografia e quero fazer sobre o tema : Fazendo arte com sucata: o despertar da criatividade dos surdos. Gostaria de uma ajuda onde obter material, livros, informações. Embora não seja formada em artes plásticas, adoro trabalhar com arte, incluindo pinturas em telas, trabalhos artesanais utilizando sucata e materiais naturais como folhos secas, pedaços de canela, galhos secos, sementes, etc. Aguardo retorno.

abraços

Sheila

Mara Cardoso Ladeia David

Sheila,

Sou graduada em Arte e acabei de fazer uma pós-graduação em psicopedagogia , Um livro muito bom pa ra você é: INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA SALA DE AULA, THOMAS ARMSTRONG. Depois mando especifico de Arte.

Mara

Sheila Castro

Obrigada pela dica do livro Mara.

abraços

Sheila

Mara Cardoso Ladeia David

Sheila,

Por nada! tem mais dica pra você.Dê uma olhadinha nos PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS/ARTE. Cono se trata de uma monografia você tem que ter embasamento para argumentar seu tema .

Boa sorte,

Profª Mara

Andréa Senra Coutinho

Olá Mara,

gostaria apenas de acrescentar que "os borrões" naquela época foram mencionados por haver uma concepção acadêmica de pintura fortemente enraizada e consagrada como arte oficial. Daí a suposta crítica...

Abraço

Andréa

Antonio Andrade Pereira Junior

Olá a todos

Roberto bom dia

Que grata surpresa foi esta ao ver que você fala de xilogravura que de certa forma é uma realidade aqui na região onde moro apesar de esta desaparecendo mas essa é também uma função das aulas de artes resgatar a cultura popular. Estou trabalhando com a minha turma de 1° ano do nível médio do Curso Normal uma falsa xilogravura aqui não temos material adequado para xilogravura (tinta para off set ...) mas estamos trabalhando com tinta guache e bandeja de isopor o resultado esta ficando otimo.

Um forte abraço

Antonio Andrade

 

Mara Cardoso Ladeia David

Andrea,

Exatamente colega.

Rosimar Bacellar Camarinha
Roberto Heiden escreveu:

Entre Monet e a Literatura de Cordel existe uma porção de um universo que é a Arte. A prova é a diversidade de relatos e comentários que vêm surgindo desde o início deste fórum. Monet na França do século XIX e a Literatura de Cordel contemporânea (ou mais antiga) possuem laços com o passado e o presente. A ruptura com a Arte Acadêmica realizada por Monet e seus companheiros acontece com a tinta a óleo sobre tela, ambos provavelmente surgidos no Renascimento. A Literatura de Cordel nordestina se vale de técnica de impressão criada em outros lugares e épocas. Resgatando esse desenvolvimento, podemos recuar e ver a íntima relação que a xilogravura teve com o surgimento e a história do livro, ou mais ainda, que também foi executada na China antiga e talvez na própria Antigüidade.

Pensando nessas relações, a professora Andréa Coutinho apresenta uma colocação que penso ser significativa: determinados períodos apresentam fortes vínculos conceituais com as épocas que os precederam ou sucedem. Portanto essa “localização” temporal e seus fatos são elementos constituintes para a significação do assunto principal. Sendo assim, parece que voltamos novamente à questão proposta pela professora Ana Carolina Moliterno: “Faz-se necessário seguir rigorosamente a história da arte ou contextualizar é a melhor maneira?”

Irei utilizar mais uma vez as palavras de Rosa Iavelberg, afinal são importantes: "Contextualizar é situar as criações no tempo e no espaço, considerando o campo de forças políticas, históricas, sociais, geográficas, culturais, presentes na época de realização das obras" (p 10).

Como provocação eu pergunto: obedecer à linha do tempo no estudo da Arte e sua história não é uma forma de contextualizar? Não estamos pensando muitas vezes esse tipo de ação como simples equívoco?

A partir da linda Fortaleza feita pelos alunos da professora Ana Valéria, sobre seus módulos de papel estandardizados, como aqueles de concreto propostos pelos arquitetos modernistas quando sonharam resolver todos os problemas habitacionais no século XX, podemos perceber um processo próximo dessa nossa tentativa de adequar ou pensar conteúdos, linhas cronológicas e propostas particulares, dentro da aula de Arte.

Sobre marcos delimitados, os alunos projetam suas vivências e percepções pessoais, seus conhecimentos adquiridos em aula, e mostram que uma “grade” não esconde as singularidades e discrepâncias sociais, apesar de também permitir a presença de elementos comuns.

Rosa Iavelberg fala que:

"Estudar as particularidades de cada região e estabelecer relações com contextos comunitários próximos e distantes produz motivação para aprender, promove a educação ética, a cidadania, as práticas de inclusão social e amplia a visão crítica sobre questões do cotidiano no tempo e no espaço.” (p 22)

De Fortaleza, a Tókio e ao Chuí, os alunos vivem diariamente com a arte, mas não com a mesma arte.

Arte pré-histórica, egípcia, mesopotâmica, grega, romana, românica, gótica, renascentista, maneirista, barroca, rococó, neoclássica, romântica, realista, impressionista, pós-impressionista, etc, este parece ser um esquema linear da História da Arte. De que forma se estuda e apresenta esses períodos na bibliografia especializada? Os privilegiados moradores de Ouro Preto não irão encontrar o seu riquíssimo patrimônio cultural estampado nas páginas dos clássicos e disseminados manuais de História da Arte de Janson e Gombrich, autores que parecem seguir uma bem estruturada linha temporal. A simples comparação entre a História da Arte apresentada por estes dois autores fundamentais, revela que a linha temporal utilizada por ambos apresenta semelhanças e diferenças... Inclusões e exclusões...

Penso que ainda se tem muito a refletir. Como disse a professora Rosimar Bacellar, o problema tem vários ângulos a serem observados, e podemos nos comportar como uma abelha que gira em torno de seu objeto para tanto.

Após ler o seu relato, lembrei-me de um livro muito bom de Ivone Mendes Richter, " Interculturalidade e Estética do Cotidiano no Ensino das Artes Visuais". Fazendo meu mestrado me deparei com uma parte no livro, que me fez pensar muito no contexto do aluno e sua cultura, Richter estabelece uma comparação da arte da dobradura, arte do origami, com as artes contemporâneas, como por exemplo Lygia Clark e os bichos. Segundo Richter, "a vida está repleta de tradições culturais que a completam, com a magia do aprender e do transmitir. [...] E repetindo Heller (1992,p.26) quando diz que a arte é uma elevação do cotidiano, como processo de auto consciencia e memória da humanidade" , ela se refere ao universo do contexto da cultura social do aluno, como parte principal para uma mudança de ângulo de visão ao se pensar na linearidade. Devemos estabelecer uma regra linear para um universo circular? Por que não pensar no todo do conteúdo, proporcionando uma visão multi-direcional?

" A VIVÊNCIA CULTURAL É UM ASPECTO IMPORTANTE PARA O ENSINO DA ARTE, POIS DEMONSTRA A NECESSIDADE DE AMPLIAR OS REFERENCIAIS SOBRE A ARTE DE OUTRAS CULTURAS COMO FORMA DE ELABORAÇÃO DO VALOR ESTÉTICO." ( RICHTER, 2003 p. 111).

Abraço

Rosimar



Rosimar Bacellar Camarinha
Itamar Alves Leal dos Santos escreveu:

Rosimar, esqueci de contar, sou mulher (risos), apesar do nome, Itamar (no meu caso é de origem indígena: Ita = Pedra) e não Bíblica (que no caso é nome de homem).

Obrigada pela mensagem de estímulo.

Abraços

Yta

Profa. Me. Itamar Alves Leal dos Santos

Rosimar Bacellar Camarinha escreveu:

Caro Itamar

Fico feliz por você se colocar dessa maneira firme e defendendo suas falas. Acredito que é essa uma exelente postura frente aos problemas que a escola possue. Continue assim forte em seus propósitos .

abraço

Rosimar



Desculpe pela confusão

Abraço

Rosimar

Carmen Lúcia Abadie Biasoli
Oi Rosimar!
Ótima a tua colocação sobre a importâcia das tradições culturais aplicadas ao ensino das artes visuais pois penso que a aprendizagem em Arte não descarta o passado, mas é preciso estar atento as recentes discussões sobre o processo de ensinar e aprender tanto na área da Arte como em outras áreas. Faz-se imprescindível para isso um posicionamento profissional comprometido com as transformações. Com isso – e devido a isso – penso que se faz necessário entender e atender os vários contextos da arte e suas relações com a multiculturalidade a cultura visual, daí porque considero que para o ensino da arte a relação da arte com a cultura amplia a análise visual circunscrita à arte, originando outros universos visuais como a publicidade, o cinema e o vídeo clipe.Na minha opinião a tentativa, atualmente, deve ser para visualizar a possibilidade de uma outra forma de ensinar a arte passa pela compreensão do que seja  a diversidade cultural e a cultura visual. A diversidade cultural deve ser enfatizada, considerando não mais somente os códigos europeus e norte-americanos brancos, mas a diversidade de códigos em função de raças, etnias, gênero e classe social. Esse é um ensino da arte interessado no desenvolvimento cultural, que fornece, primeiramente, um conhecimento sobre a cultura local, e depois sobre a cultura de vários grupos que caracterizam a nação e a cultura de outras nações.
Concordas comigo??? E o grupo o que pensa ???
 Um abraço ,
Carmen Biasoli
Rosimar Bacellar Camarinha
Roberto Heiden escreveu:

Olá a todos!

 Professor Antônio, tudo bem? Tenho bastante interesse pela gravura e por várias qualidades desse campo da arte, tais como a agilidade e espontaneidade possível na sua execução (particularmente na xilografia), a tiragem das cópias, e as suas qualidades estéticas. Mais interessante ainda e à quantidade de assuntos, propostas e caminhos que se pode pensar e realizar na sala de aula a partir dessa linguagem e tema mais amplo que é a gravura.

Xilografia, litografia, água-forte, e outras técnicas mais consagradas, com seus materiais quase sempre sofisticados, historicamente adquiriram maior valorização junto da noção que hoje temos de gravura do que procedimentos que normalmente se valem de produtos simples. Porém o que define uma obra de arte como gravura não são somente os materiais e técnicas utilizadas e sim o ato de produzir imagens por meio de talhos e incisões ou depósito de materiais sobre uma matriz e as suas estampas resultantes após a impressão a partir do processo escolhido. Portanto o trabalho que você desenvolve com seus alunos é gravura com “g” maiúsculo, pois tem uma matriz, que realiza cópias a partir da impressão. Podemos embasar essa afirmação principalmente se atentarmos para alguns exemplos de gravuras produzidas por artistas contemporâneos. Eles utilizam diversos tipos de tintas, materiais e suportes, e não só as técnicas tradicionais como a xilografia e a litografia (até por que quiseram romper com elas), podendo trabalhar com carimbos feitos por materiais diversos, o próprio corpo, impressões feitas em máquinas fotocopiadoras, e vão mais longe ainda, utilizando matrizes digitais para produzir as suas gravuras a partir de modernos computadores e impressoras, o que muitas vezes pode “soar” bastante estranho. Mas vejamos, apesar da alta tecnologia, esse processo não se mantém muito próximo das etapas da xilogravura, ou da impressão com tinta alternativa e matriz de isopor que vocês realizaram? Todos os processos (xilogravura, matriz com isopor e computador) criaram imagens e realizaram uma tiragem com cópias impressas.

O que é uma gravura e quais processos possíveis? O que é uma impressão?

Se perguntas como essas fossem feitas na escola, como se poderia trabalhar o tema gravura e impressão em sala de aula, sem cair meramente nas questões técnicas, levando em conta, como o professor Antônio parece sugerir, além da produção também a contextualização e o reconhecimento de manifestações locais?

Entre as discussões possíveis, por exemplo, cito o fato de hoje a xilografia, a litografia, e outras técnicas, estarem tão afastadas de nossa vida prática que é difícil perceber que esses métodos de impressão tinham uma posição na sociedade em épocas específicas pela sua utilidade prática, que hoje quem as têm são nossos equipamentos digitais. Se o objetivo de aula fosse apresentar as técnicas da gravura, será que o nosso aluno teria repertório e interesse para se aproximar dessa discussão? Agora se deslocássemos a discussão das técnicas relativas à gravura para os fins a que se presta uma impressão? Você desenvolveria esse assunto a partir de uma história da arte linear, ou começaria falando sobre a literatura de cordel ou do clube de gravura de Bagé e Porto Alegre, etc?

Podemos imaginar várias questões e discussões conseqüentes: Para que servem as impressões? Claro que sabemos: para fazer arte, material publicitário (mas onde começa a arte e termina o design?). Das revistas as estampas de tecidos, seriam as mesmas máquinas que produzem as impressões?  Por que quase não se fazem mais livros com a xilogravura? (trata-se de uma opção da sociedade baseada em fatores estéticos, ou sócio-econômicos?) E nos lugares onde ainda se faz impressões com a xilogravura com fins utilitários, qual é o motivo? (isso não seria revelador de alguns aspectos da identidade e da cultura de uma coletividade?). Por que as técnicas surgem e após são “substituídas”? (a linearidade da história poderia explicar?).

E mais: com que tipos de materiais acessíveis os alunos podem realizar impressos? O que muda com os diferentes materiais? O que podem os alunos veicular e aprender com as suas gravuras produzidas?

Professor Antônio, Rosimar e os demais, dessa forma estaríamos trabalhando tal tema dentro da aula de arte com uma visão contextualizadora, multi-direcional, ou o quê? O que falta? O que sobra? O que fazer e não fazer? Vamos continuar nossa reflexão.

 

 

Acredito que para puxar o fio de uma meada, devemos escolher a meada e a ponta a ser puxada. Puxar conhecimento como diria o professor Valente da Unicamp, depender do indivíduo que busca o conhecimento. Então não creio que devemos buscar essas informações e levá-las para a sala de aula prontas. A maneira certa é desenvolver uma ação de busca nos alunos, levando-os a pesquisa dentro de seus universos de conhecimentos, assim o primeiro passo será dado. Se para eles começar por Cordel (Xilo) ou por Toulouse-Lautrec (litografia), ou mesmo estudando Gutember for o início da meada, acredito que essa escolha deva ser respeitada. Com isso se criará uma diversidade de conhecimento girando em universos eqüidistante e em intersecção, gerando a decodificação dos signos não decodificados, e por fim, a análise crítica.

Devemos lembrar que o percurso de uma meada pode ser corrigido a qualquer momento, é o que Maturana chama de estrutura de minha organização ( A organização do conhecimento faz parte da estrutura de organização de um indivíduo, e ela é mutável).

abraço

Rosimar

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