Artista & Obra

"Puros e Duros" por Leonilson

Puros e Duros

por Leonilson

A obra Puros e Duros (1991), de Leonilson, é a referência artística da identidade visual da 18ª edição do Prêmio Arte na Escola Cidadã. A imagem foi gentilmente cedida pelo Projeto Leonilson para esta edição do Prêmio.

Eu sempre tive o costume de escrever bastante. Eu tenho gavetas com coisas escritas. Mas eu também pinto, eu também bordo, eu faço desenho. Esses trabalhos são a minha autobiografia. São meu diário. Leonilson (GOIS, 2015, p. 81.)

Ficha técnica da obra

Leonilson. Puros e duros, 1991, bordado e assemblage: linha, pedras semipreciosas e fio de cobre sobre voile, 26 x 21 x 1,7 cm. Foto: Romulo Fialdini/© Projeto Leonilson.

Lenilson

Leonilson

José Leonilson Bezerra Dias – Fortaleza/CE, 1957 – São Paulo/SP, 1993

Pintor, desenhista e escultor. Nascido em Fortaleza, o artista parte com a família rumo a São Paulo, aos quatro anos de idade. Entre 1977 e 1980, cursa licenciatura em Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, onde foi aluno de Regina Silveira, Júlio Plaza e Nelson Leirner. Leonilson foi um dos principais expoentes da chamada Geração 80, corrente que trouxe de volta a estética pop à produção artística nacional. A palavra e o texto estão presentes desde os trabalhos iniciais, ora bordados sobre tecidos ora riscados sobre o papel.

A obra de Leonilson é predominantemente autobiográfica e está concentrada nos últimos dez anos de sua vida. A crítica de arte Lisette Lagnado, no livro Leonilson: são tantas as verdades (1995), classifica a produção do artista em três fases: “Pintura como prazer”, “Romantismo: anotações de viagem” e “Alegoria da doença”. Essa periodização, diz a autora, ajuda a elucidar o emaranhado de signos visuais e verbais integrantes do trabalho de Leonilson, evidenciando o denso repertório utilizado pelo artista para elaborar suas obras. Alguns elementos são permanentemente retomados até o fim de sua vida: o livro aberto, a torre, o radar, o átomo, o coração, a espiral, o relógio, a bússola, a ampulheta, entre outros.

Leonilson falece jovem, aos 36 anos, em decorrência de complicações causadas pela Aids. Seu último trabalho, uma instalação concebida para a Capela do Morumbi (São Paulo/SP), em 1993, tem um sentido espiritual e alude à fragilidade da vida. No mesmo ano da sua morte, familiares e amigos fundam o Projeto Leonilson, com o objetivo de organizar os arquivos do artista e de pesquisar, catalogar e divulgar a sua obra.

Fontes de Pesquisa

MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Leonilson: tantas verdades. Coord. Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2005. (DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor; 42). Acompanha DVD. Disponível em:
<http://artenaescola.org.br/uploads/dvdteca/pdf/arq_pdf_7.pdf>. Acesso em: abr. 2017.

PROJETO Leonilson. Disponível em: <http://www.projetoleonilson.com.br/palavras.aspx>. Acesso em: abr. 2017.

Referências Bibliográficas

Livros

LAGNADO, Lisette. Leonilson: são tantas as verdades. 2.ed. São Paulo: DBA, 1998.

LEONILSON. Truth, fiction. Curadoria e textos Org. Adriano Pedrosa. São Paulo: Pinacoteca do Estado: Cobogó, 2014.

______. Leonilson: use, é lindo, eu garanto. Pesquisa Projeto Leonilson. Textos Barbara Gancia e Ivo Mesquita. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

Teses

CASSUNDÉ, Carlos Eduardo Bitu. Leonilson: a natureza do sentir. 2011. 165 f. Tese (Mestrado) – Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

FREITAS, Carlos Eduardo Riccioppo. Leonilson, 1980-1990. 2010. 145 p. Tese (Mestrado) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo.

GOIS, Wilma Farias. Afetos da obra de Leonilson: arte e vida, mapas e escrita. 2015. 137 p. Tese (Mestrado) – Instituto de Cultura e Arte, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.

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