Com a escrita provocativa e inclassificável que lhe consagrou como um dos principais ficcionistas da atualidade, César Aira propõe neste ensaio uma história em miniatura da arte contemporânea. Uma história, a princípio, não apenas pessoal - e parcial, portanto - como também com origem bem definida: a invenção do ready-made por Marcel Duchamp, de quem o escritor argentino é um verdadeiro aficionado, e a quem deve, segundo confessa logo na abertura do texto, uma revelação que veio a definir sua trajetória como escritor. Como o leitor poderá verificar, tanto a obra de Duchamp quanto as confissões pessoais de Aira são também um pretexto para que o autor elabore uma série de teorias originais sobre a arte contemporânea, a exemplo das conclusões que faz em torno do problema da reprodução ou da relação entre a obra e os discursos (“os nomes”) que a envolvem. Tudo isso com os riscos que um projeto como este poderia correr, riscos que Aira assume com a maestria, a perspicácia e a erudição que o seu leitor mais habitual já conhece.
César Aira (1949) é um escritor e tradutor argentino, e um dos principais nomes da literatura contemporânea. Além de quase cem romances, publicou também ensaios sobre Alejandra Pizarnik, Copi, Edward Lear, Raymond Roussel, Marcel Duchamp, entre muitos outros escritores e artistas.
O presente texto foi apresentado originalmente na abertura do colóquio Artescrituras, que aconteceu em Madri no ano de 2010.
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